Shoppings: Vendas crescem e, após resultados, bancão tem nova queridinha no setor; veja qual
As vendas nos shoppings cresceram 15,2% em janeiro na comparação com o mesmo mês de 2022. É o que aponta o índice Cielo de varejo da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce).
No recorte regional, a região Centro-Oeste foi a que exibiu a maior alta, de 18,2%, seguida do Nordeste (+17,2%). As vendas nos shoppings do Sudeste subiram 14,8% no primeiro mês, enquanto no Sul e no Norte aumentaram 14% e 6,5%, respectivamente.
A Abrasce comenta que, mesmo com um cenário macroeconômico pressionado pela alta da taxa Selic no mercado de crédito e que limita o consumo das famílias, o ticket médio de vendas foi de R$ 119,68 em janeiro. Já o valor médio gasto nas lojas de rua foi de R$ 86,39.
Mais pessoas dentro dos shoppings
O levantamento mostra ainda que o fluxo de frequentadores nos shoppings subiu 19,3% em janeiro ante um ano antes, o que contribuiu também para o resultado positivo das vendas. Foi a maior taxa mensal desde julho do ano passado.
O presidente da Abrasce, Glauco Humai, destaca que o setor vem exibindo uma recuperação consistente das perdas do período pré-pandemia de covid-19. Além disso, a normalização da atividade econômica, com consequente avanço no emprego, vem permitindo maior mobilidade de pessoas e vendas nos empreendimentos. “Estimamos alcançar um crescimento nas vendas de 14,6% ao longo de 2023. O aumento no fluxo de visitantes nos shoppings é um sinal positivo para o começo do ano”, comenta.
Shoppings atualizados
Nesta semana, a Iguatemi (IGTI11) divulgou os resultados do quarto trimestre e o consolidado de 2022, com números mistos. Com isso, o Itaú BBA atualizou estimativas para as empresas de shoppings junto com a sua concorrente, a Multiplan (MULT3), que divulgou seus números do mesmo período no início de fevereiro.
Considerando os resultados e o fluxo de notícias envolvendo empresas do varejo, a equipe de real estate do banco tem uma nova queridinha no setor e passa a ter preferência pelas ações da Iguatemi. Já que o papel está “mais descontado para uma carteira premium do setor”, comentam Alejandro Fuchs, André Dibe e Daniel Gasparete.
Segundo eles, “não há muito a ganhar ou perder em shoppings. Porém, o setor pode ser uma jogada defensiva interessante”.
A equipe de real estate destaca que outros setores domésticos podem enfrentar cenários mais desafiadores e quedas de lucros mais acentuadas. O que poderia colocar os shoppings em uma posição relativamente favorável, dada a resiliência do setor.
O Itaú BBA, que reiterou a recomendação de compra para as duas empresas e também para a Aliansce Sonae (ALSO3) ressalta que prefere exposição ao segmento de alta renda. Entretanto, vê menos risco de ganhos negativos para Multiplan e Iguatemi. Apesar das empresas poderem ser atingidas pelo fluxo negativo de notícias no varejo.
Desempenho das ações
As ações das empresas de shoppings recuam nesta sexta-feira (03) em uma das maiores quedas do índice Ibovespa, que avança no pregão. Por volta das 13h50 (De Brasília), a Multiplan caía 2,2%, enquanto a Iguatemi tinha perdas de 1%. Em contrapartida, ALSO3 subia 1,5% após fechar fevereiro com tombo de 5,1%.