Shoppings vão às compras e vendem mais do que antes da Covid-19
No primeiro ano pós-pandemia em pleno funcionamento, os shoppings apresentaram números acima do registrado em 2019, período pré-covid, indicando recuperação do setor.
Com a retomada da economia, as principais empresas do setor listadas na B3 apresentaram avanço nas receitas em meio à aceleração do nível de vendas. Elas ainda registraram aumento da taxa de ocupação de lojistas, refletindo em alta das receitas com aluguéis e de estacionamento na comparação, também, com os resultados de 2021.
Fusões e aquisições
O ano de 2022 levou shoppings às compras. Após alguns anos parado, o setor fez uma das maiores movimentações de fusões e aquisições (M&A) do ano.
Em uma negociação que durou meses, Aliansce Sonae (ALSO3) e BR Malls (BRML3) anunciaram no meio do ano a combinação de negócios com o objetivo de criar uma nova companhia, avaliada em R$ 12 bilhões.
A operação recebeu sinal verde do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e será concluída no início de janeiro de 2023.
Shoppings compram fatias
As concorrentes também se movimentaram nos últimos 12 meses. Enquanto a BR Malls começou a vender ativos em processo de fusão com a ALSO3, a Iguatemi (IGTI11) comprou a fatia que faltava e passou a deter 100% do shopping JK Iguatemi, em São Paulo, por R$ 667 milhões.
A Multiplan (MULT3), por sua vez, adquiriu a fatia restante, de 49,9%, do DiamondMall, em Belo Horizonte, que pertencia ao Atlético Mineiro.
O shopping foi desenvolvido em um terreno arrendado do clube de futebol e, em 2017, o Galo vendeu 50,1% para a Multiplan, por R$ 296,8 milhões à época. A empresa administra o DiamondMall desde a sua inauguração, em 1996. A operação ainda depende da aprovação do Cade.
Desempenho de shoppings na bolsa
Apesar do bom desempenho operacional de ALSO3, BRML3, IGTI11 e MULT3 no ano, analistas viram os preços das ações dessas empresas descontados.
Entretanto, bancos e casas de análises destacaram preferência por shoppings de alto padrão e com portfólio de qualidade, como Iguatemi e Multiplan, que se mostraram resilientes ao cenário pós-Covid e macroeconômico, com alta da taxa de juros e da inflação.