Shoppings no Brasil vivenciam dilema entre baixa nos aluguéis e vendas em alta
No caminho da retomada, a economia brasileira segue trilhando caminho ardiloso diante da junção entre melhora na expectativa de crescimento e alto nível de desemprego, maior desafio do governo para 2020.
Em meio a este cenário, aparentemente a recuperação segue emitindo sinais de que veio para ficar.
Pelo menos é a avaliação do BTG Pactual em relatório desta terça-feira (10) e obtido pelo Money Times, no qual os analistas Elvis Credendio e Gustavo Cambauva destrincham os dados da Black Friday e as perspectivas para os shopping centers.
Reajuste em foco
“Esperamos nova compressão nas taxas de capitalização dos shoppings (pelos cortes na Selic e no juro de longo prazo) e recuperação nas vendas dos shoppings (com uma melhora do cenário macroeconômico e, no curto prazo, pelos impulsos fornecidos pelas retiradas dos depósitos do FGTS no segundo semestre de 2019 e no primeiro semestre de 2020″, aponta o BTG Pactual.
Vale destacar que a taxa de capitalização dos shoppings é avaliada pela divisão entre fluxo de caixa esperado do ativo e valor corrente do imóvel.
Desta forma, a compressão esperada pelo BTG deverá ser advinda de menores lucros oriundos de alugueis, pelo menor reajuste nos contratos diante das expectativas reduzidas de inflação e da tendência de queda da Selic.
Retomada em voga
Para o banco, a alta de 13,9% no fluxo de transeuntes nos shoppings durante a Black Friday, de acordo com dados do Ibope, é benéfica para o setor e confirma a tendência de retomada vista em outubro deste ano.
“Nossos estudos indicam que as vendas de ‘mesmas lojas’ (unidades abertas há pelo menos um ano) cresceram forte em outubro e tiveram boa performance na Black Friday e em novembro, em linha com os dados do Ibope”, apontam Credendio e Cambauva.
Como base de comparação, a Black Friday de 2018 mostrou variação positiva de somente 4,3% em relação ao período análogo de 2017.
Em 2019, o panorama é completamente diferente. “O indicador também mostrou alta de 16,5% no crescimento do fluxo nos shoppings de São Paulo”, destacam os analistas.