Shoppings fechados: qual é o tamanho do impacto para as companhias?
O fechamento temporário de shoppings em diversas regiões do Brasil impactará diretamente as vendas no varejo, de acordo com a Guide Investimentos. Para a corretora, o cenário está longe de ser resolvido e tem chance de levar os profissionais do setor ao colapso.
“O acirramento das relações entre redes varejistas e donos de empreendimentos, como shoppings, poderá também resultar em possíveis problemas posteriores para os dois setores”, acrescentou.
Visão mais otimista
Na avaliação da XP Investimentos, a Iguatemi (IGTA3) deve sentir um impacto mais direto, dada a sua alta exposição nos estados de São Paulo e Rio Grande do Sul. Por outro lado, a Cyrela Commercial Properties (CCP (CCPR3)), ainda que não esteja imune aos efeitos do coronavírus, é cotada como a empresa mais resiliente para lidar com a atual situação do mercado.
Mesmo com a eventual pressão sobre as receitas de estacionamento e aluguel percentual, a XP mantém uma visão de longo prazo positiva para o setor, que tem se adaptado aos novos hábitos dos consumidores.
“As empresas sob cobertura fizeram um trabalho importante de aprimorar seu mix de lojistas nos últimos anos”, disse Bruna Pezzin, analista de Transporte, Bens de Capital e Shoppings da corretora. “Como resultado, os lojistas presentes hoje possuem em geral uma saúde financeira superior”.
A XP ressaltou que os decretos estabelecidos pelos estados variam em termos de prazo e tamanho da restrição. Em São Paulo, por exemplo, o governador João Doria recomendou que os shoppings suspendam suas atividades até dia 30 de abril. Já no Rio de janeiro, o período de suspensão estabelecido vai até dia 2.
“Os shoppings da Iguatemi em São Paulo que até o momento estão com alguma forma de suspensão representam cerca de 60% da receita de aluguel”, complementou Pezzin.
Suspensão
Na manhã desta quinta-feira (19), as companhias Aliansce Sonae (ALSO3) e Multiplan (MULT3) informaram que iriam paralisar as atividades em alguns empreendimentos, dentre eles o Morumbi Shopping, o Shopping Anália Franco, o Diamond Hall, o Shopping Campo Limpo e o Boulevard Shopping Brasília.
A brMalls (BRML3), administradora do Shopping Tijuca, do Plaza Niterói e do Norte Shopping, havia informado ontem que fecharia as unidades do Rio de Janeiro.