Shoppings: aluguéis só devem retomar patamares pré-pandemia em 2021
A recuperação de aluguéis em shoppings, que estão há mais de três meses fornecendo descontos aos lojistas, é incerta e só deve retornar os níveis pré-pandemia em 2021.
Em live realizada pelo jornal Valor Econômico, os presidentes da brMalls (BRML3) e Aliansce Sonae (ALSO3) afirmaram que a a tendência é que tal cobrança se normalize ao longo de 2021, dependendo do ritmo de retomada da economia.
“O setor de shoppings foi altamente impactado com o isolamento social. Os lojistas ficaram em situações bastante complicadas, e as expectativas para a retomada são de que está não deverá ser muito rápida”, ressalta a Guide em relatório enviado a clientes nesta sexta-feira (10).
De acordo com a corretora, os lojistas reclamam que o fluxos de clientes não voltaram na mesma proporção da taxa cobrada. Os centros comerciais estão funcionando com horário reduzido e menor capacidade.
Operadoras
Com 19 shoppings reabertos, a brMalls, está cobrando metade do valor normal de aluguel, dependendo do segmento e o condomínio apresenta desconto de 33%, de acordo com Ruy Kameyama, CEO da companhia. Durante o fechamento, o desconto foi de 60%.
Segundo a Guide, a taxa de reabertura de lojas no shoppings que voltaram a funcionar está em 98%, com vendas avançando mais a cada semana
Para a Aliansce Sonae, na região Norte, a queda nas vendas está em apenas 15% em relação ao ano passado, mostrando resiliência na demanda, avalia a corretora.
A companhia possui um portfólio de 39 shoppings, com participação em 27 e administração de 12 shoppings de terceiros. Atualmente são 27 abertos.
“Nossa recomendação para o setor é neutra, devido a grande incerteza para os próximos períodos, sendo a nossa preferida a Multiplan (MULT3), devido a sua estratégia mais conservadora”, afirma a corretora.
Ações atraentes
Mesmo com os problemas do setor, o BTG pactual acredita que os papéis da Multiplan e Aliansce Sonae continuam muito atrativos para os investidores.
“Recomendamos que os investidores sejam seletivos, pois o setor pode demorar para se recuperar (a reabertura dos shoppings foi lenta e os pequenos varejistas enfrentam dificuldades), mas aqueles com um horizonte de investimento mais longo estão definitivamente em um bom ponto de entrada”, informaram os analistas Gustavo Cambauva e Elvis Credendio.
Na nova avaliação, o BTG adotou um cenário mais negativo para o setor, já que não esperava que os shoppings ficassem tanto tempo fechados.