Shopee goleia Magazine Luiza (MGLU3) em número de lojistas parceiros no Brasil
Apesar das recentes acusações de “concorrência desleal” e “contrabando digital”, a Shopee tem dado um show no varejo nacional. Nesta terça-feira (12), a empresa anunciou que alcançou a marca de 2 milhões de lojistas brasileiros em sua plataforma. A informação foi divulgada por Felipe Piringer, diretor de Marketing e Estratégia da empresa, à Folha de S.Paulo.
Com o crescimento exponencial de suas operações no Brasil, a varejista de Singapura supera companhias de peso no mercado local, como a Magazine Luiza (MGLU34), uma das maiores empresas de comércio eletrônico do país. Até setembro de 2021, o e-commerce brasileiro havia registrado cerca de apenas 100 mil vendedores on-line cadastrados no site.
O número, em comparação a sua concorrente asiática, corresponde a apenas 5% de seu total de vendedores. Outras players, como Americanas (LAME3; LAME4) e Mercado Livre (MELI34) também ficam para trás na disputa.
À Folha, Piringer também afirma que seu time “não traduz site estrangeiro”. “Temos 1.500 pessoas para construir a operação brasileira”, destacou. Em 2021, a companhia registrou um total de 140 milhões de pedidos e cerca de US$ 70 milhões em receita no Brasil. Segundo os resultados divulgados em março deste ano, a varejista obteve um crescimento de 326% em comparação ao período anterior.
As varejistas estrangeiras, como AliExpress, Shein e Wish, têm protagonizado discussões acaloradas entre associações do comércio brasileiro e esferas do poder público. Acusadas de promover uma espécie de “camelódromo digital”, as empresas tem sido alvo de ataques de empresários brasileiros, como Luciano Hang, dono das lojas Havan, e Alexandre Ostrowiecki, CEO da Multilaser.
Embates do passado
No final do mês de março, uma comitiva composta por empresários e associações representantes do varejo brasileiro apresentou um documento ao alto escalão do Governo Federal denunciando supostas irregularidades cometidas por varejistas estrangeiras no país.
Segundo os empresários, estas empresas se utilizariam de benefícios tributários para praticarem sonegação de impostos em suas importações para o Brasil.
Atualmente, a legislação brasileira permite a importação de produtos entre pessoas físicas de distintos países com valor máximo de até US$ 50 sem a cobrança de taxas aduaneiras. A prática é denominada cross border.
Após a apresentação do documento a figuras como o presidente Jair Bolsonaro, o ministro Paulo Guedes e à Procuradoria-Geral da República (PGR), o jornal O Globo informou que o Ministério da Economia iniciou a elaboração de uma medida provisória a fim de acabar com o “camelódromo digital” promovido pelas empresas estrangeiras.