Shopee: Altos executivos cortam salários até que ‘a situação melhore’; ‘não é uma tempestade rápida’, diz CEO
A movimentação que ocorre na Shopee vai além do encerramento das operações em diversos países, impactando também os salários dos líderes da companhia.
Segundo a Bloomberg, a alta administração da Sea Group, controladora da Shopee, irá abdicar dos salários e ocorrerá na companhia um aperto nas políticas financeiras, com o intuito de se proteger da desaceleração econômica que impacta as empresas do setor de tecnologia.
“A equipe de liderança decidiu que não receberemos nenhuma compensação em dinheiro até que a empresa atinja a autossuficiência”, disse o CEO Forrest Li em um memorando interno enviado à equipe e divulgado pelo Bloomberg, dias após a Sea encerrar as operações em alguns mercados e reduzir a equipe.
“Agora podemos ver que esta não é uma tempestade que passa rapidamente: essas condições negativas provavelmente persistirão no médio prazo.”
Li destacou que a Sea passa por uma era de taxas de juros crescentes, inflação acelerada e um mercado volátil.
“Com os investidores fugindo para investimentos de ‘porto seguro’, não prevemos conseguir captar recursos no mercado”, disse Li, reiterando que o objetivo principal da empresa para os próximos 12 a 18 meses é obter fluxo de caixa positivo assim que possível.
Dessa forma, as novas medidas de política financeira, além de impactar nos salários, implica em limitar as viagens de negócios a voos da classe econômica, com as despesas com refeições de viagem limitadas a US$ 30 por dia. Além disso, redução dos gastos com estadias em hotéis para viagens de negócios para US$ 150 por noite e redução do reembolso de refeições e contas de entretenimento.
“A única maneira de nos libertarmos da dependência de capital externo é nos tornarmos autossuficientes, gerando dinheiro suficiente para todas as nossas próprias necessidades e projetos”, disse Li no memorando lido e divulgado pela Bloomberg.
Encerramento de operações da Shopee
A Shopee decidiu que não continuará mais as operações locais na Argentina, Chile, Colômbia e México. Para os três últimos países, a varejista informou que manterá um modelo transfronteiriço, enquanto na Argentina a empresa não fornecerá mais nenhum serviço.
Em e-mail interno visto pela Reuters, o presidente-executivo da Shopee, Chris Feng, escreveu aos funcionários que “à luz da atual incerteza macroeconômica elevada”, a empresa precisava “focar recursos nas operações principais” e decidiu se concentrar na Shopee México, Colômbia e Chile.
E no Brasil?
De todos os países onde a Shopee mantinha operação na América Latina apenas o Brasil permaneceu sem arranhões. Segundo posicionamento da Shopee, “as mudanças nos países vizinhos não alteram em nada as operações no Brasil”.
O comentário da representante é condizente com o peso que o mercado brasileiro tem para a receita da varejista. De acordo com o Relatório Setores do E-commerce no Brasil, da agência Conversion, a Shopee abocanha 9.6% da audiência dos 10 maiores sites de e-commerce do Brasil, chegando a um patamar próximo da líder Mercado Livre (MELI), que detém para si 13,7%
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