Sheryl Sandberg: Quais são os próximos planos da executiva que deixou o Facebook após 14 anos
O braço direito do CEO Mark Zuckerberg desde de 2008, Sheryl Sandberg, deixará, ainda este ano, seu cargo como chefe de operações da Meta, empresa controladora do Facebook (FBOK34), após 14 anos.
“Quando assumi esse emprego em 2008, esperava ficar nessa função por cinco anos”, disse Sandberg em um post no Facebook anunciando a notícia. Ela permanecerá no conselho de administração da empresa.
As ações da Meta caíram cerca de 2,5% na tarde de quarta-feira (1) após o anúncio.
“Quatorze anos depois, é hora de escrever o próximo capítulo da minha vida. Não tenho certeza do que o futuro trará – aprendi que ninguém nunca tem”, escreveu ela. “Mas sei que incluirá mais foco em minha fundação e trabalho filantrópico, que é mais importante para mim do que nunca, considerando o quão crítico esse momento é para as mulheres”.
Há especulações que a executiva pode seguir carreira na política após deixar o Facebook, com alguns observadores de Beltway destacando seu alto perfil, uma história de sucesso nos negócios, um livro popular e uma história pessoal convincente, de acordo com o Business Insider.
História profissional como um reflexo da pessoal
Sandberg publicou, em 2013, o livro “Faça Acontecer – Mulheres, Trabalho e a Vontade de Liderar”, publicado no Brasil pela Companhia das Letras, sugerindo que as mulheres deveriam pressionar por mais poder. Foi uma sensação na época, com mais de 4 milhões de cópias vendidas em cinco anos, segundo o New York Times.
Cerca de dois anos após o lançamento do livro, o marido de Sandberg, Dave Goldberg, morreu, lançando-a em um período doloroso.
O livro best-seller que inclui conselhos para mulheres que buscam se estabelecer no mercado de trabalho e avançar em suas carreiras.
Em entrevista à Bloomberg , Sandberg disse que a decisão de sair foi difícil e que seu papel “não era o trabalho mais gerenciável que alguém já teve”.
Ela acrescentou que planeja se casar neste verão e pretende passar um tempo com seus dois filhos, além dos três filhos de seu noivo.
A insubstituível de Zuckerberg
Conforme divulgado, a COO será substituída por Javier Olivan, embora a empresa tenha dito que seu papel não seria exatamente igual ao de Sandberg.
“Não pretendo substituir o papel de Sheryl em nossa estrutura existente”, disse Zuckerberg . “Não tenho certeza de que isso seria possível, já que ela é uma superestrela que definiu o papel de COO de uma maneira única”, completou em uma publicação em sua página no Facebook.
“Mas mesmo que fosse possível, acho que a Meta chegou ao ponto em que faz sentido que nossos grupos de produtos e negócios sejam mais integrados, em vez de ter todas as funções de negócios e operações organizadas separadamente de nossos produtos”, completou o CEO.
Antes de ingressar no Facebook em 2008, Sandberg era executiva do Google (GOOG). Ela conheceu Zuckerberg em uma festa organizada pelo CEO da Chegg, Dan Rosensweig.
As três exigências para trabalhar no Facebook
Também na publicação anunciando a sua saída, a executiva escreveu sobre o “processo” de trabalho que estabeleceu com Zuckerberg quando se juntou à equipe dele.
“Então, no caminho, pedi três coisas a Mark — que nos sentássemos um ao lado do outro, que ele se encontrasse comigo pessoalmente toda semana e que nessas reuniões ele me desse um feedback honesto quando ele achou que eu tinha estragado alguma coisa”, escreveu Sandberg.
Ela contou que foi seu falecido marido quem a encorajou a “estabelecer o processo certo” com seu novo chefe, em vez de “tentar imediatamente resolver todos os problemas importantes”.
A COO de saída escreveu que Zuckerberg concordou com as três exigências, com a ressalva de que “o feedback teria que ser mútuo”.
“Até hoje, ele manteve essas promessas”, acrescentou. “Ainda nos sentamos juntos (ok, não por causa da covid), nos encontramos pessoalmente todas as semanas, e o feedback é imediato e real”.
Superando escândalos
A norte-americana de 52 anos resistiu a muitos escândalos envolvendo o Facebook na última década. Ela testemunhou em intensas audiências no Congresso dos EUA, inclusive em defesa do papel da rede social no escândalo Cambridge Analytica.
Em março de 2018, surgiram os detalhes sobre o caso. A empresa de análise de dados coletou informações de 87 milhões de usuários do Facebook e as usou para segmentar eleitores durante as eleições de 2016. Sandberg admitiu que a empresa sabia sobre o uso impróprio de dados em 2015, mas não o tornou público.
Além disso, ela e a companhia foram alvos de forte investigação após as eleições de 2016. O Facebook revelou que a Rússia pagou por milhares de anúncios na plataforma para interferir e manipular o sentimento político.
Mais tarde, o New York Times informou que Sandberg tentou minimizar o envolvimento da Rússia na disseminação de desinformação no Facebook.
Em 2018, ela foi chamada para testemunhar no Congresso ao lado do então CEO do Twitter (TWTR), Jack Dorsey, sobre a interferência russa nas eleições dos EUA.
Outra polêmica que marcou sua passagem pela rede social envolve o megainvestidor George Soros. Uma reportagem do New York Times revelou, em 2018, que a plataforma orientou uma empresa de relações públicas chamada Definers Public Affairs a realizar uma “campanha agressiva de lobby” para culpar o bilionário George Soros – um crítico da rede – por espalhar o sentimento anti-Facebook.
Tanto Zuckerberg quanto Sandberg negaram saber sobre as atividades da Definers, e o chefe de comunicações Elliot Schrage assumiu a culpa. No entanto, a executiva admitiu mais tarde que recebeu um “pequeno número de e-mails em que o Definers foi referenciado”.
Sandberg: Seus bilhões e a caridade
Apesar de tudo, o patrimônio líquido de Sandberg continuou a aumentar. Atualmente, tem cerca de US$ 1,6 bilhão, tornando-a uma das 20 mulheres mais ricas dos EUA.
Sandberg anunciou em 2014 que ela e o marido assinariam o Giving Pledge, um compromisso dos bilionários de doar pelo menos metade de sua fortuna durante a vida ou após a morte. O Giving Pledge foi lançado por Warren Buffett, Bill Gates e Melinda French Gates.
Ela também se juntou ao conselho de administração da SurveyMonkey – a empresa em que seu falecido marido atuou como CEO – dois meses após sua morte.
Quando a SurveyMonkey abriu seu capital em 2018, a empresa disse que Sandberg doaria sua participação de 10% para a instituição de caridade que ela fundou em homenagem ao marido: The Sheryl Sandberg and Dave Goldberg Family Foundation.
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