Shell desenvolve projeto de energia solar em MG, o 1° da empresa no Brasil
A anglo-holandesa Shell começou a desenvolver um projeto para um complexo de energia solar em Minas Gerais, no que poderia se tornar o primeiro investimento direto da petroleira em geração renovável no Brasil.
A iniciativa da empresa vem em momento em que diversas gigantes do setor de óleo e gás buscam aportar recursos em ativos renováveis ao redor do mundo, como parques eólicos e solares, com muitas delas de olho no enorme potencial do Brasil para geração com essas fontes.
O empreendimento da Shell envolveria três usinas com uma capacidade instalada total de 130 megawatts em Brasilândia de Minas, a cerca de 500 quilômetros da capital Belo Horizonte, segundo pedido de outorga enviado pela empresa à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Um projeto desse porte demandaria mais de 500 milhões de reais em investimentos, segundo projeções de mercado.
O registro de requerimento de outorga obtido pela Shell, publicado pela Aneel no Diário Oficial da União desta quinta-feira, é o primeiro passo de um projeto de energia, mas ainda não permite saber em que ritmo a companhia desenvolverá o empreendimento.
Com esse registro, uma empresa em tese já pode inscrever seus projetos em leilões realizados pelo governo para contratar novas usinas de geração, ou mesmo buscar viabilizar o investimento por meio de contratos de venda da produção futura no mercado livre de eletricidade.
Procurada, a Shell disse que não poderia comentar por estar em período de silêncio prévio à divulgação de resultados.
Petroleiras rivais como a norueguesa Equinor e a francesa Total já investiram recentemente na aquisição de projetos de geração renovável no Brasil.
A Shell, por sua vez, criou um time de “novas energias” no Brasil focado principalmente em geração solar.
Em setembro passado, o CEO local da companhia, André Araújo, disse que o grupo avaliava diversas alternativas para desenvolver projetos “competitivos” em renováveis.
Na semana passada, a petroleira anglo-holandesa apresentou em Londres uma estratégia para reduzir suas emissões líquidas de gases do efeito estufa a zero até 2050, com o presidente da companhia, Ben van Beurden, prometendo que a atual crise nos mercados de petróleo não irá atrapalhar o cumprimento dessas metas no longo prazo.