Shell busca traders de energia para expansão em renováveis
A Royal Dutch Shell planeja expandir a negociação de energia em meio à meta da petroleira de se expandir rapidamente no segmento renovável.
A Shell quer contratar operadores de curto prazo para os mercados continentais com o objetivo de replicar o que sua unidade Limejump tem feito no Reino Unido, ao agregar fontes de energia flexíveis, disse David Wells, vice-presidente da Shell Energy Europe.
A empresa busca preencher várias novas funções na mesa de energia e se expandirá “muito mais do que isso” ao longo do próximo ano, disse.
Várias das maiores petrolíferas se expandem em energia renovável, pois metas climáticas mais rígidas obrigam a diversificação longe de combustíveis fósseis.
A empresa anglo-holandesa planeja investir, em média, entre US$ 2 bilhões e US$ 3 bilhões anualmente em novas energias a partir de 2021.
“Se você administra ativos, precisa negociar em tempo real intradiário para se envolver no lado do equilíbrio, e isso começa a adicionar pessoas rapidamente”, disse Wells. “Até alguns anos atrás, apenas negociávamos a curva.”
A Shell possui apenas 0,8 gigawatt de capacidade renovável instalada, mas opera o dobro dessa capacidade. A empresa já negocia energia há 20 anos, mas tem presença muito maior em gás natural.
A empresa opera em 14 mercados de energia, não apenas na América do Norte e Europa, mas também no Japão, Brasil e Austrália. Existem planos para uma maior expansão.
Com a ambição da Shell de crescer em ativos renováveis, o foco na negociação de curto prazo segue para ajudar a otimizar a capacidade.
Outras empresas de energia tomaram medidas semelhantes. A Equinor comprou a especialista de mercado de curto prazo Danske Commodities em 2018, e a Centrica adquiriu a Neas Energy em 2016.
A mesa de energia da Shell para a região EMEA tem 40 traders e analistas, e há mais de 100 operadores de energia e gás para as Américas.
A empresa também tem vários operadores para a Ásia. Na Europa, seu foco até agora tem sido os Países Baixos, Itália e Espanha, onde a Shell possui ativos. A Alemanha, o maior mercado da região, precisa de mais foco, disse Wells.
Fora da negociação, a Shell pretende eliminar cerca de 9 mil empregos até o final de 2022 como parte de um programa de corte de custos, mas Wells tem mandato para aumentar o número de funcionários.
“Vemos a energia como uma área estratégica”, disse. “Obviamente, buscaremos oportunidades para movimentar talentos internos, mas também reconhecemos que precisamos desenvolver habilidades sólidas de negociação de energia”, a partir de contratações externas, afirmou.