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Shell busca cortar custos em preparação para transição energética

21 set 2020, 9:36 - atualizado em 21 set 2020, 10:38
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A Shell está explorando maneiras de reduzir gastos na produção de petróleo e gás, sua maior divisão upstream, em 30% ou 40% por meio de cortes de custos operacionais (Imagem: REUTERS/Benoit Tessier)

A petroleira Shell está buscando cortar em até 40% os custos de produção de petróleo e gás, em uma grande iniciativa para economizar recursos para que a companhia possa transformar seus negócios e focar mais em energia renovável e mercados de energia elétrica, disseram fontes à Reuters.

A nova revisão de custos da Shell, conhecida internamente como “Projeto Reshape” e com estimativa de ser concluída ainda neste ano, afetará suas três principais divisões e visará cortes adicionais à meta de 4 bilhões de dólares definida no começo da crise da Covid-19.

A redução de despesas é vital para os planos da Shell de se mover para o setor elétrico e renováveis, onde as margens são relativamente baixas.

A competição também deve se intensificar com empresas de energia e petroleiras rivais incluindo a BP e a Total todas buscando disputar participação no mercado à medida que economias pelo mundo buscam se tornar mais verdes.

“Temos um ótimo modelo, mas ele é o modelo correto para o futuro? Haverá diferenças, e não só em estrutura, mas sobre cultura e o tipo de companhia que queremos ser”, disse uma fonte da Shell, que falou sob a condição de anonimato.

No ano passado, os custos operacionais gerais da Shell somaram 38 bilhões de dólares, enquanto os investimentos totalizaram 24 bilhões de dólares.

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A Shell agora quer focar sua produção de petróleo e gás em apenas poucas regiões chave (Imagem: Reuters/Toby Melville)

A Shell está explorando maneiras de reduzir gastos na produção de petróleo e gás, sua maior divisão upstream, em 30% ou 40% por meio de cortes de custos operacionais e em investimentos em novos projetos , disseram duas fontes envolvidas no assunto.

A Shell agora quer focar sua produção de petróleo e gás em apenas poucas regiões chave, incluindo o Golfo do México, a Nigéria e o Mar do Norte, disseram as fontes.

A divisão integrada de gás da empresa, que toca as operações de Gás Natural Liquefeito (GNL) e a produção de gás, também busca cortes, segundo as fontes.

No setor de distribuição, a avaliação mira cortar custos na rede de 45 mil postos da Shell, a maior do mundo, vista como uma de suas atividades de maior valor e que deve ter papel fundamental na transição, segundo as fontes.

“Estamos passando por uma revisão estratégica da organização, que visa garantir que estejamos preparados para prosperar durante a transição energética e ser uma organização mais simples, mas também competitiva em termos de custos. Estamos analisando uma série de opções e cenários neste momento, que estão sendo avaliados cuidadosamente”, disse uma porta-voz da Shell em um comunicado.

O esforço de reestruturação da Shell reflete movimentos recentes das rivais europeias e Eni, que planejam reduzir seu foco em petróleo e gás na próxima década e construir novos negócios de baixo carbono.

A revisão, que fontes da empresa dizem ser a maior da história moderna da Shell, deve ser concluída até o final de 2020, quando a Shell deseja anunciar uma grande reestruturação.

Ao falar com analistas em 30 de julho, o presidente-executivo da Shell, Ben van Beurden, disse que a companhia lançou um programa para “redesenhar” a empresa anglo-holandesa.

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