Economia

Shein, Shopee e AliExpress: Taxação afugenta compradores e brasileiros reduzem compras no exterior

29 maio 2023, 10:00 - atualizado em 29 maio 2023, 10:49
Shein Shopee AliExpress
Compras internacionais de pequeno valor, em e-commerces da Shein, Shopee e AliExpress, caíram em abril (Imagem: Shutterstock/AnaLysiSStudiO)

O medo de taxação nas compras internacionais parece estar afugentando compradores de e-commerces como Shein, Shopee e AliExpress.

Conforme dados divulgados pelo Banco Central na sexta-feira (26), em abril, as compras internacionais de pequeno valor somaram US$ 701 milhões, uma queda de 25,3% ante o mês anterior e de 20% na comparação com abril de 2022.

O crescimento destas compras já vinha reduzindo desde o início deste ano. No entanto, sempre registrando altas, de 14%, 11%, e 7% nos primeiros três meses do ano, respectivamente.

Em 2022, houve um aumento sem precedentes deste tipo de compras, com uma taxa de crescimento que atingiu 120% em agosto e 176% em outubro.

Imposto de importação

O imposto que deve ser pago para comprar internacionais é de 60%. Dessa forma, ao realizar uma compra de R$ 100, por exemplo, a taxação será de R$ 60.

Com isso, uma das vantagens de varejistas como Shein, Shopee e AliExpress, que é o valor mais baixo nos produtos, se perde.

Shein, Shopee e AliExpress poderão taxar no ato da compra

Receita Federal estuda uma maneira de fazer com que os impostos de produtos comercializados em sites estrangeiros sejam pagos no momento da compra.

O programa batizado de “Remessa Conforme” não será obrigatório e também não se trata de um novo imposto. O objetivo é desenvolver uma forma para que os tributos sejam pagos antes da mercadoria ser enviada ao Brasil.

Com isso, a Receita Federal prevê uma redução na quantidade de fraudes fiscais, visto que o imposto de importação já é determinado por lei, porém, vem sendo burlado por sites internacionais.

Cartão verde ou vermelho?

O plano consiste em desenvolver um sistema de cartões que ofereça benefícios às empresas participantes. Ao aderir a esse programa, as empresas receberão um “cartão verde” que agilizará a liberação dos produtos.

Por outro lado, os sites que não aderirem ao programa receberão um “cartão vermelho”, e seus produtos passarão por uma verificação detalhada para identificar possíveis fraudes fiscais, como a falta de pagamento de impostos.

* Com Zeca Ferreira

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