Shein, Shopee e AliExpress: Por que Haddad desistiu de taxar estrangeiras e buscou acordo?
Na semana passada, o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desistiu de acabar com a isenção de imposto para encomendas de até US$ 50 enviadas por pessoas físicas. A medida afetaria, principalmente, as chinesas, pois o benefício estava sendo utilizado indevidamente por empresas que enviam produtos ao Brasil, segundo a Receite Federal.
Após a decisão, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, teve uma reunião com a Shein, em que varejista disse que irá nacionalizar 85% das vendas nos próximos quatro anos. Além disso, a empresa firmou compromisso com o governo para criação de 100 mil empregos no país.
Mas por que o governo voltou atrás com a medida? De acordo com Haddad, Lula pediu a manutenção da isenção em reunião no Palácio da Alvorada na segunda-feira (17).
O ministro afirmou que o chefe do Executivo orientou a equipe econômica a buscar outras soluções para acabar com a sonegação de sites internacionais. Segundo Haddad, Lula pediu que a fiscalização da Receita seja reforçada sem mudança na regra atual.
Agora, o governo pretende aumentar a fiscalização e taxar empresas.
“O presidente nos pediu ontem para tentar resolver isso do ponto de vista administrativo. Ou seja, coibir o contrabando. Nós sabemos que tem uma empresa que pratica essa concorrência desleal, prejudicando todas as demais empresas”, disse à jornalistas.
Shein no Brasil
A Shein pretende investir em fábricas em territótio nacional para produzir seus produtos em território nacional, disse Haddad na quinta-feira (20).
Segundo o ministro, é “muito importante que eles vejam o Brasil não apenas como um mercado consumidor, mas também como uma economia de produção”.
“Vai ganhar o comércio, a atividade econômica. Vamos ter geração de emprego. Estamos no caminho que parece justo”, disse o Haddad, após se reunir com representantes da Shein no gabinete em São Paulo.
Ele ainda prometeu implementar um plano para evitar que varejistas estrangeiras driblem a taxação da Receita. Em reunião com a Shein, a chinesa se comprometeu a aderir e normalizar as relações com a Fazenda, mas pediu que a regra valha para todas as empresas.