Consumo

Shein, Shopee e AliExpress: Afinal, a isenção dos US$ 50 vai acabar? Entenda o que está em jogo

16 nov 2023, 13:04 - atualizado em 16 nov 2023, 13:04
Shein Isenção US$ 50
Oposição e apoiadores do governo fazem PL para taxação total das compras internacionais dos sites. (Imagem: REUTERS/Dado Ruvic/Ilustração/Arquivo)

O vai e vem sobre a taxação das mercadorias internacionais estão deixando os consumidores confusos com tantas informações desencontradas sobre o assunto. E a culpa pode ser do governo que não consegue dar um ponto final no assunto.

Atualmente, está em vigor o programa do governo chamado Remessa Conforme, que garante a isenção do Imposto de Importação para mercadorias de até US$ 50 adquiridas por brasileiros em e-commerces internacionais, como SheinShopee AliExpress.

Porém, esse não é de fato o desejo do Ministério da Fazenda. Haddad sinalizou sua vontade em acabar com a isenção do imposto, já que isso contribui para a meta fiscal, mas recuou após pedido do presidente Lula, pensando que a popularidade do governo ficaria abalada com esta decisão.

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Uma guerra silenciosa (ou nem tanto)

Agora, um Projeto de Lei está em andamento com amplo apoio do Congresso Nacional (com diversos partidos apoiadores do governo e da oposição) e, principalmente, das varejistas, que insistem na tese de que a isenção dos US$ 50 prejudicam seus negócios.

“Todos os partidos que sentaram para discutir isso, todos os setores da sociedade, veem a isenção como problema grave para nosso varejo, indústria, comércio e até para o e-commerce nacional”, disse o deputado  Zé Neto à CNN.

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De acordo com o deputado petista, o apoio ao projeto de lei vai além do governo. Ele compara a conjuntura econômica do país a uma “guerra” — em que situação e oposição deveriam se unir para superar uma “adversidade maior”.

O relator do projeto de lei é o deputado federal do PT de Minas Gerais Paulo Guedes e deve apresentar seu relatório em breve para análise da Comissão de Finança e Tributação (CFT).

A corrida agora é para a votação do projeto seja quanto antes para dar tempo do varejo, segundo Neto, não sofrer tanto na Black Friday e nas compras de Natal.

O governo está buscando alternativas

No mês passado, o secretário-executivo da Fazenda, Dario Durigan, disse que o governo busca encontrar até o fim do ano uma solução que passe pela definição de uma tarifa de importação que dê isonomia entre empresas estrangeiras e o varejo nacional.

Além disso, também está sendo avaliado a instituição de uma alíquota de pelo menos 20%, conforme proposta das empresas do setor. Também não foi descartado a possibilidade de aumentar a alíquota de ICMS dos importados de 17,5% para 25%.

A ideia tanto do governo, quando do Ministério da Fazenda e do Congresso, é de que se espere o Remessa Conforme atinja 100% das compras declaradas, o que deve acontecer ainda esse ano. Só depois será pensada em uma alíquota nova de imposto.