Shein inaugura loja física no Brasil e ameaça varejistas de moda brasileiras
A chinesa de fast-fashion Shein desembarcou no Brasil nesta sexta-feira (18), em uma loja estilo “pop-up” (ou seja, não fixa), no shopping Village Mall, no Rio de Janeiro.
A loja terá as portas abertas ao público a partir do sábado, dia 19, segundo a companhia.
Em comunicado, a Shein afirmou que “o projeto foi desenvolvido pela V3A para a marca com objetivo de reforçar a presença da varejista no mercado brasileiro e pensado especialmente para aproximar a multinacional do varejo do consumidor local, com elementos estéticos que reforçam os novos laços da empresa com a cultura brasileira, em especial a do Rio de Janeiro”.
A Shein se tornou atrativa para o público brasileiro por conta dos preços mais baixos e também pela acessibilidade à comunidade plus-size — e chega por aqui como uma ameaça real às varejistas de moda brasileiras.
Em 2021, foi o aplicativo mais baixado no mercado de moda no Brasil, com mais de 23 milhões de downloads, superando outras grandes empresas como Renner (LREN3), C&A (CEAB3), Marisa (AMAR3) e Arezzo(ARZZ3).
Além disso, já fatura mais de R$ 2 bilhões no mercado brasileiro.
A chegada da Shein no Brasil pode acabar atraindo ainda mais clientes para o e-commerce da companhia.
Isso porque, agora, se tudo der certo, será possível reduzir o tempo de entrega dos pedidos aos clientes, que leva em torno de 30 dias devido ao processo de importação, além de reduzir o risco de taxação dos produtos.
Impactos no varejo de moda
O crescimento da Shein e a expectativa de uma operação no Brasil movimenta o setor e leva outras grandes marcas a pensar em como lidar com a concorrência.
A Shein acompanha as tendências e movimenta a indústria de fast-fashion com agilidade e baixos custos, contudo, por vezes a rapidez é comprometida pelo tempo de entrega.
Com a produção brasileira, este seria um ponto corrigido e capaz de aumentar a adesão da empresa.
A varejista também ataca a concorrência com seus cupons de desconto, frete grátis acima de R$ 49,90, ações com micro influenciadores e presença forte nas redes sociais. Pontos essenciais para alguns consumidores, principalmente para integrantes da geração Z.
Com a presença no Brasil, é esperado um impacto na velocidade do fast-fashion, bem como nas estratégias que demais varejistas de moda vão adotar para se manter no mercado. Porém, há também o debate em torno da sustentabilidade, principalmente com o impacto da indústria têxtil em questões ambientais.
*Com informações de Lorena Matos