Shein foca no marketplace como plano de voo para manter expansão no Brasil em meio a taxações
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A Shein encara percalços no Brasil com o peso da “taxa das blusinhas” sobre seu negócio, que contou com o apelo de preços atrativos aos consumidores para se impulsionar no país — hoje, há imposto de 20% sobre compras internacionais de até US$ 50. Para enfrentar o cenário, a varejista asiática direcionou seu foco para o lançamento do marketplace e investimento em fábricas brasileiras, driblando assim o volume de produtos que vem de fora.
O marketplace passou a ser parte da operação da Shein em abril de 2023, com São Paulo abrindo alas no Brasil e mundo. Hoje, já existem operações também no Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná.
Em evento com jornalistas realizado em São Paulo na quarta (12), Felipe Feistler, gerente da operação da Shein no Brasil, anunciou a expansão da plataforma de markeplace da gigante asiática para Santa Catarina.
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Segundo a apresentação do executivo, 75% dos produtos do marketplace são produzidos localmente, sendo que o marketplace representa 60% das vendas da Shein no Brasil. A intenção da varejista, conforme dito em 2023, é alcançar 85% de vendas de produtos nacionais no Brasil.
Apesar da movimentação local, vale pontuar que os produtos vendidos pelo marketplace não são necessariamente fabricados em terras brasileiras, podendo vir de fabricantes do exterior. No entanto, os denominados sellers, ou seja, os vendedores, são brasileiros, até o momento concentrados em estados do sudeste.
Além da expansão para Santa Catarina, em 2025 está no radar da companhia a expansão para o Rio Grande do Sul, Goiás, Espírito Santo e Distrito Federal.
Na investida do marketplace, a Shein se mostra bem-sucedida, com 30 mil sellers nesta divisão do negócio, que já representa 60% das vendas da companhia no país, segundo os dados apresentados.
Já a outra vertente, com investimentos em fábricas anda em um ritmo mais lento, com cerca de 300 fábricas dentro do ecossistema, ante um plano de 2 mil fábricas até 2026.
Neste meio, a Shein viu ainda sua parceria Coteminas entrar em recuperação judicial, com isso o acordo firmado entre as duas em 2023 está pausado.
Shein segue firma contra taxação das blusinhas
Sobre a taxação, Felipe Feistler reiterou o posicionamento de retrocesso aos consumidores, afirmando que o imposto tirou o acesso a produtos que não existem no mercado local, com impacto eventualmente maior para as classes B, C e D.
“O imposto que diminui e até inviabiliza o acesso de classes sociais a produtos que elas tinham acesso anteriormente piora o sentimento dessa população”, afirma.
No entanto, a apresentação do executivo indica que o cross border, ou seja, os produtos que vem de fora, já vem perdendo espaço para o markeplace da companhia aqui no Brasil. A companhia inclusive tem como meta fechar 2025 com 50 mil sellers.
Do lado da fabricação local, a varejista de moda encara os desafios do mercado brasileiro. Segundo Feistler, há o tempo para chegada de insumos nacionais, a disponibilidade, além do próprio cenário macroeconômico brasileiro, um cenário diferente do que vivenciam na China, por exemplo.
Dessa maneira, para 2025, o marketplace segue no holofote da companhia no Brasil.