Shein: As armas da C&A (CEAB3) e Renner (LREN3) para frear avanço da varejista chinesa
A Shein tem balançado varejistas de moda já consolidadas no Brasil, como Renner (LREN3) e C&A (CEAB3). Segundo noticiou a Folha de S. Paulo, as companhias estão apostando em tecnologia para competir com a varejista chinesa.
Conforme o periódico, tanto a Renner quanto a C&A investem em controles operacionais, usando inteligência artificial, visando se aproximar do modelo aplicado pela Shein.
Em entrevista à Folha, o sócio e presidente da companhia no Brasil, Marcelo Claure, explicou que a companhia atua sob demanda, ou seja, produz apenas aquilo que identifica que o consumidor irá comprar.
“Usamos inteligência artificial para determinar dois fatores muito importantes: o que vamos fabricar e qual o produto cada consumidor quer. Se você abre o aplicativo da Shein e eu abro o meu, a Shein vai mostrar produtos diferentes para mim e para você”, afirmou Claure.
“É algo completamente diferente do varejista tradicional, que monta estandes, sem saber o que o consumidor quer”, aponta.
Movimento da Renner e C&A
Neste cenário, entre 2020 e 2022, apenas a C&A investiu R$ 601 milhões em tecnologia. “Nossa proposta é ser uma fashiontec, uma empresa de moda abastecida por tecnologia”, disse Francislei Donatti, vice-presidente comercial da C&A Brasil à Folha. “O uso de inteligência artificial faz parte deste processo”.
Dessa forma, conforme o jornal, a varejista contratou a multinacional de tecnologia e inteligência artificial Palantir, com a qual desenvolveu o Fluxo Integrado de Gestão. Por meio dele, a C&A sabe o que, quando e quanto comprar de cada produto, para evitar estoque parado.
Ainda, a C&A investiu no sistema “push-pull”, em que as lojas são abastecidas com os modelos, tamanhos e cores que aquele ponto de venda precisa, conforme demanda. “Antes, a gente enviava um pacote com tamanhos P, M e G. Agora, a distribuição precisa ser muito mais assertiva”, explicou Donatti à Folha.
Em linha, Fabio Faccio, presidente da Renner, afirmou ao jornal que a companhia está empenhada em produzir exatamente o que os clientes querem. “Quando eu ganho eficiência, a equação de valor melhora para o consumidor”, afirma.
Apesar dos investimentos em tecnologia da empresa não serem abertos, a Folha afirma que estão dentro dos cerca de R$ 1 bilhão aplicado em 2022.
No terceiro trimestre deste ano, a Renner inaugura o centro de distribuição de Cabreúva (SP), em que irá contar com 312 robôs atuando no processo de separação dos pedidos tanto de lojas quanto de clientes, sendo assim, a fim de melhorar a eficiência da varejista.
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Shein no Brasil
Após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ameaçar acabar com a isenção de compras de produtos importados por pessoas físicas no valor de até US$ 50, a Shein anunciou uma série de medidas voltadas para o mercado brasileiro.
Com isso, a varejista anunciou investimentos de R$ 750 milhões no Brasil, além de nacionalização de 85% de sua operação. Ainda, assumiu o compromisso com Haddad de criar 100 mil empregos locais nos próximos quatro anos.
Com foco no mercado brasileiro, a companhia inaugurou seu primeiro escritório no Brasil, localizado na Avenida Brigadeiro Faria Lima, em São Paulo.