SHAmory: novo jogo de cartas deseja ensinar crianças sobre mineração de bitcoin
Alguns entraram para o setor cripto há poucos meses com uma compreensão rudimentar de como criptoativos, blockchain e mercados digitais funcionam. Então, quando se houve falar de um novo jogo de bitcoin criado para ensinar as pessoas como a tecnologia funciona, é algo a se prestar atenção.
SHAmory — uma união de “SHA”, do algoritmo criptográfico SHA-256 usado na mineração de bitcoin, e “mory” da palavra “memória” em inglês — é um jogo de cartas de bitcoin que ensina aos jogadores os aspectos básicos da mineração.
Segundo Scott Sibley, criador do jogo, SHAmory deseja aumentar a conscientização sobre a tecnologia blockchain, atuando como uma ferramenta educacional àqueles que buscam aprender sobre as particularidades.
O jogo foi criado para jovens jogadores, apesar de Sibley afirmar que qualquer um pode participar.
“Você não precisa saber nada sobre bitcoin para poder jogar. É apenas um jogo simples que qualquer um pode interagir e continuar”, disse ele ao The Block.
Sibley teve a ideia de criar o jogo há um ano após ter percebido que queria criar algo que facilitaria a compreensão dos aspectos fundamentais da tecnologia.
Sibley trabalha para uma empresa de tecnologia educacional em San Diego e vem de uma família de professores — ambas as qualidades o impulsionaram a criar o jogo. Sibley começou a enviar mais de cem cópias do jogo no início de julho.
Saniya More do The Block recebeu o jogo. Ela explica que “sendo uma novata em blockchain, eu queria muito jogar o jogo, então Sibley me enviou um baralho via correspondência.
O jogo veio em uma pequena caixa com fofos monstrinhos temáticos de blockchain. O pacote consistia de um baralho de cartões multicoloridos, um dado especial e um adesivo SHAmory.
Assim, após assistir ao tutorial do jogo — diversas vezes —, Saniya entendeu as regras básicas.
Ela explica que existem diferentes tipos de cartas:
– cartas de Ajuste de Dificuldade são usadas para ajustar o nível de dificuldade do jogo;
– cartas “nonce” — valores numéricos gerados aleatoriamente por equipamentos de mineração para ganhar o direito de acrescentar um bloco ao blockchain — possuem diferentes monstros de bitcoin;
– cartas de “Ataque” e “Recompensa”;
– cartas de “Alvo” com monstros de bitcoin combinando;
– cartas de Bloco numeradas de um a dez.
O objetivo do jogo é criar um blockchain completo de dez blocos ao combinar cartas Nonce e de Alvo enquanto ganha cartas de Recompensa suficientes no processo.
É menos complicado do que parece. Cada jogador tem sua vez ao jogar um dado de quatro lados. Três de seus lados indicam uma ação de “Mineração”, quando o jogador tira uma carta Nonce, esperando que esta combine com o monstro do cartão de Alvo.
Um lado indica uma ação de “Ataque”. Conforme os jogadores combinam cartões de Nonce e de Alvo, acrescentam um bloco ao blockchain.
Porém, se um jogador tirar um Ataque, o cartão de Ataque é jogado junto com o menor bloco no blockchain. Se os cartões de Ataque forem maiores que o blockchain, um ataque de 51% acontece e o jogo recomeça.
Saniya jogou sozinha (por conta da quarentena) até ter conseguido convencer um amigo a jogar com ela.
Para fins de contexto, ela explica que esse amigo não sabe nada sobre o universo cripto e jogou o jogo pouquíssimo conhecimento sobre mineração. Jogaram algumas vezes, mas não conseguiram minerar o bloco até a altura dez. Em certo momento, o amigo dela comentou: “nós poderíamos ser menos ruins”.
Ambos estão na faixa dos vinte anos, então não são o público-alvo de Sibley. Então, ela decidiu conversar com alguns pais que jogaram o jogo. O consultor de vendas Ryan Bergh falou sobre o jogo no Twitter.
“Tentei falar com meus filhos sobre bitcoin e como terá um grande papel em suas vidas no futuro. Um jogo que podem jogar e aprender algo que poderá reforçar o que falamos durante o jantar pareceu uma boa ideia”, disse ele.
Bergh imediatamente pediu duas cópias para a família dele e de seu irmão. Ele contou ao The Block que jogou pelo menos 20 vezes com sua esposa e filha de cinco anos.
“Verdade seja dita: eu perdi grande parte desses jogos, mas eu dou valor à memória absurda de minhas adversárias”, disse ele.
Bergh disse que o primeiro jogo e preparação foram instáveis, mas o tutorial em vídeo do SHAmory tornou a compreensão mais fácil.
Ele fez uma lista de coisas que poderia enviar como feedback mas, após o primeiro jogo, ele percebeu que grande parte já havia sido resolvida. Bergh disse que sua filha adora o jogo e geralmente o joga após a aula.
“Quando você acrescenta ideias mais básicas de blocos de mineração e obtenção de recompensas, ajuda a criar uma ponte que ainda não havia sido construída entre mim e minha filha”, disse Sibley.
“Basicamente, esse jogo é ótimo em reforçar o bitcoin como algo real, e não apenas uma ideia sobre a qual o papai fala.”
Mykel P., mineradora cripto e influenciadora, também jogou com suas filhas e disse que foi fácil para entenderem. A única sugestão dela foi ver o jogo implementado para outras moedas proof-of-work (PoW) para ensinar jogadores sobre como outros algoritmos diferentes funcionam.
Sibley disse que definitivamente deseja expandir SHAmory para outros jogos com personagens e bitcoins que vêm em formatos diferentes, como livros curtos e cartuns. Sibley também afirmou que quer criar um produto STEM autenticado que poderá ser usado em planos de ensino.
Sibley celebrou o primeiro ano de sua filha há algumas pessoas e afirmou que ela foi uma grande inspiração para a criação do jogo.
“Minha esperança é que ajude ela a ver que existe esse mundo por aí que está sendo criado pelo Bitcoin e no qual vale a pena prestar atenção”, disse ele.
“Bem além disso, caso eu acabe vendendo 500 ou 500 mil desse jogo, eu quero mostrar a ela que, se você tem uma ideia, por mais doida que pareça, pode acontecer, seja ela relacionada a bitcoin ou não.”