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Setor siderúrgico espera crescimento modesto em 2023

30 nov 2022, 17:43 - atualizado em 30 nov 2022, 17:43
Usiminas Gerdau CSN
Para 2022, o Aço Brasil ajustou as estimativas divulgadas em julho, com a projeção de produção passando de alta de 2,2% (Imagem: REUTERS/Alexandre Mota)

Os produtores de aço do Brasil esperam uma expansão modesta de produção, vendas e consumo aparente da liga no país em 2023, apoiada ainda em lançamentos habitacionais e obras de infraestrutura de projetos de concessão realizados nos últimos anos.

Segundo dados do Aço Brasil, entidade que reúne os maiores produtores da liga no país, a produção de aço bruto em 2023 deve subir 2% sobre este ano, para 35,3 milhões de toneladas.

A projeção para as vendas no mercado interno é de crescimento de 1,9%, para 20,6 milhões de toneladas. Já a expectativa para o consumo aparente é de 23,7 milhões de toneladas, alta de 1,5%.

A entidade costuma revisar suas projeções ao longo do ano. Para 2022, o Aço Brasil ajustou as estimativas divulgadas em julho, com a projeção de produção passando de alta de 2,2% para queda de 4% e a de vendas no mercado interno mudando de alta de 2,5% para queda de 9,5%, segundo os dados divulgados nesta quarta-feira.

Apesar disso, o presidente-executivo da entidade, Marco Polo de Mello Lopes, afirmou que se trata de um bom desempenho em 2022, dada a forte base de comparação com 2021, em que o setor mostrou a melhor performance em uma década.

(Imagem: REUTERS/Alexander Ermochenko)

A expectativa de investimentos do setor entre 2023 e 2026 é de 40,6 bilhões de reais, após 11,9 bilhões desembolsados neste ano.

Lopes afirmou que os recursos estão sendo aplicados em modernização de instalações para redução de gargalos de produção e melhoria de mix de produtos, com as siderúrgicas locais apostando em venda de produtos de valor agregado como aços especiais e revestidos.

Questionado sobre as premissas para as projeções iniciais para 2023, o presidente do conselho do Aço Brasil e também presidente da ArcelorMittal Brasil, Jefferson de Paula, citou que o PIB da construção civil deve avançar entre 1,5% e 2% enquanto bens de capital devem crescer 0,5% e 1% e a indústria automotiva deverá produzir entre 5% e 6% mais veículos que 2022.

“Vemos as privatizações (de infraestrutura) que foram feitas, mais o que foi lançado no habitacional, mais Minha Casa Minha Vida, que deve dar uma acelerada nos próximos anos com o novo governo”, disse De Paula sobre as bases para as projeções para o consumo de aço no próximo ano no país.

Após 2023, na avaliação do executivo, o consumo aparente de aço no Brasil deve crescer em média 3,5% a 4% ao ano.

Ainda sobre o próximo ano, De Paula afirmou que o mercado global de aço deve “andar de lado” no consumo, impactado pelas consequências das altas de juros, mas os custos com commodities como carvão e minério de ferro devem recuar “ligeiramente ante este ano”.

Em outubro, a produção brasileira de aço bruto caiu 2,6% sobre um ano antes, para 2,89 milhões de toneladas, acumulando nos primeiros 10 meses de 2022 recuo de 4,8%, para 28,8 milhões de toneladas.

As vendas no mercado interno no mês passado cresceram 1,5% na comparação anual, para 1,7 milhão de toneladas. No acumulado do ano, as vendas mostram baixa de 10,6% ante os 10 primeiros meses de 2021, para 17,2 milhões de toneladas.

As exportações de janeiro a outubro atingiram 10,2 milhões de toneladas, salto de 17,8% na comparação com o mesmo período de 2021. A entidade afirmou que atualizou os dados de vendas externas de janeiro a setembro diante de uma revisão neste mês nos números de exportações captados pelo Ministério da Economia no mesmo período.

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