Setor financeiro expõe disparidade de gênero na Dinamarca
Uma proposta para reforçar os requisitos para executivos de bancos na Dinamarca está acidentalmente destacando a falta de progresso que mulheres fizeram no setor financeiro em um país conhecido pela paridade de gênero.
A Autoridade de Supervisão Financeira Dinamarquesa diz que os executivos que disputam os melhores empregos nos maiores bancos do país devem ter pelo menos 10 anos de experiência na principal área de negócios da instituição, com grande parte desse período em posição de liderança.
De acordo com o grupo que representa os funcionários do setor financeiro do país, o requisito de 10 anos pode dificultar com que as mulheres sejam nomeadas para as principais posições porque poucas possuem o histórico necessário.
“Essa demanda por vasta experiência significa que as chances das mulheres alcançarem o topo serão ainda mais difíceis”, disse Steen Lund Olsen, vice-presidente da União de Serviços Financeiros. “Simplesmente não há muitas mulheres que adquiriram tanta experiência nesse intervalo de tempo.”
As mulheres ocupam um quarto das posições de liderança no setor financeiro, embora constituam metade da força de trabalho, de acordo com relatório de março da União e da associação de empregadores, que pediram por um novo foco por parte dos conselhos e alta gerência.
A União de Serviços Financeiros disse que a recomendação deve ser alterada, inclusive para permitir que líderes experientes de outros setores sejam selecionados como CEOs.
Enquanto a proposta da Autoridade de Supervisão Financeira reflete práticas de outros lugares da Europa, os requisitos precisam considerar as circunstâncias na Dinamarca, disse Olsen.
A Autoridade, com sede em Copenhague, está realizando audiências públicas sobre a proposta, que faz parte de uma revisão maior dos chamados requisitos de adequação.