Setor elétrico: socorro do governo não livrará empresas dos impactos da recessão, diz XP
O pacote de socorro às distribuidoras de energia elétrica, em elaboração pelo governo, deve lhes dar um fôlego no curto prazo, mas não protegerá o setor das complicações econômicas de longo prazo, decorrentes da piora do Brasil, arrastado para a recessão pela pandemia de coronavírus.
O alerta é da XP Investimentos, em seu boletim matinal de abertura do mercado. O próprio pacote de ajuda, aliás, já desperta dúvidas quanto às suas eventuais vantagens.
A XP recorda que a maioria das ações de companhias elétricas fechou em queda no pregão de ontem (19), com os investidores descontentes com algumas condições postas pelo governo para que as empresas acessem os recursos.
Entre elas, estão a antecipação de ativos regulatórios (o que, na prática, significa que as empresas bancarão parte da ajuda) e a renúncia, por parte das concessionárias, a contestar os contratos na Justiça.
Elisa Bastos Silva, diretora da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), deve ser a relatora da proposta, que é chamada pelo setor de Conta-Covid. O texto deve permanecer em consulta pública por cinco dias, antes de ser concluído e encaminhado para a votação pelo colegiado do órgão.
Estima-se que o pacote fique entre R$ 10 bilhões e R$ 12 bilhões.