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Setor de seguros é um parceiro cada vez mais importante para o agronegócio

27 abr 2022, 16:29 - atualizado em 27 abr 2022, 16:31
Soja Agricultura Agronegócio
Riscos: mudanças climáticas aumentam a importância dos seguros para proteção das lavouras (Foto: ANeto)

Ao longo dos últimos anos, o agronegócio tem sido o único setor da economia brasileira que vem mantendo constante crescimento.

Esse resultado é fruto do aumento na área plantada com as principais culturas, dos investimentos em máquinas, equipamentos e, principalmente, de novas tecnologias.

Apesar desses resultados positivos, mesmo em anos de safras recordes, eventos climáticos de abrangência regional têm afetado produtores e grandes empresas, causando perdas significativas em seu resultado financeiro.

Os impactos das mudanças climáticas têm levado a cadeia de valor vinculada ao agronegócio a se aprimorar para sustentar os resultados bem-sucedidos, ano após ano. E o setor de seguros vem dando mostras claras disso no Brasil.

Os prêmios de seguro rural arrecadados pelas seguradoras totalizaram R$ 9,6 bilhões em 2021. O montante é 40% acima dos R$ 6,8 bilhões da temporada precedente. Mas o que impressiona são os desembolsos com sinistros: R$ 7,1 bilhões, 94% a mais do que no período de comparação.

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Seguro rural: fundamental para os planos dos produtores

Os dados foram compilados pela Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg) e, como as intempéries só tendem a crescer, o sinal de alerta está ligado nas seguradoras e demais agentes do setor.

Da quantidade recorde de indenizações pagas, R$ 5,4 bilhões foram via Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

O suporte é fundamental para grandes empresas, cooperativas e produtores agrícolas seguirem com seus planejamentos financeiros, especialmente para o atendimento ao mercado externo – as vendas do setor para outros países representam 45,9% da exportação brasileira atualmente, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Uma das consequências de tudo isso é a mitigação dos efeitos da recessão econômica no País.

As 15 seguradoras envolvidas no PSR pagaram mais em indenizações do que arrecadaram, total de R$ 4,2 bilhões. Isso a partir das 217,9 mil apólices emitidas para a cobertura de 14 milhões de hectares, em 2021. O cenário nunca visto evidencia o propósito: ter os públicos de relacionamento no centro das ações.

Os seguros dão garantias fundamentais aos seus segurados com relação a bens que possuem. Para o setor agrícola, esse respaldo tem sido cada dia mais valorizado, principalmente pelo que oferece ao produtor no sentido de assegurar não só a lavoura, mas maquinários e, ainda, pela responsabilidade civil e ambiental.

O salto impressionante dos indicadores revela maior maturidade das grandes empresas, cooperativas e produtores agrícolas frente às mudanças climáticas, tais como as geadas e estiagens que ocorreram com maior intensidade e atingiram principalmente as safras de milho e café, no Sul e do Centro-Oeste do País, em 2021.

Por trás disso há movimentos de massificação da educação financeira e oferta do seguro rural, em caráter humanizado e omnichannel, realizado pelos integrantes do mercado de seguros. Com as novas gerações de gestores agrícolas cada vez mais presentes e preparadas, o efeito das negociações em ambientes físicos vem paulatinamente dando lugar à inclusão digital, sinônimo de praticidade, comodidade, agilidade e prestação de serviço moderna.

Hoje em dia, a disseminação da informação acerca do melhor preparo da terra, a tecnologia envolvida no devido espaçamento entre as sementes, nos insumos capazes de assegurar maior vida e qualidade aos cultivos, no controle das pragas e nas coberturas do seguro rural estão chegando às lavouras dos produtores mais conscientes e preparados, até mesmo nos lugares mais remotos do Brasil.

Backstage do seguro rural é cada vez mais high tech

Apoio: “o fato é que o agronegócio começa a ser sustentado, em parte, pelos seguros”, diz Peixoto (Imagem: Divulgação/ Wiz/ Paulo Negreiros)

Nos campos e no backstage há vias importantes e que viabilizam o seguro rural. Como exemplo, a participação de engenheiros agrônomos e peritos capazes de confirmar a necessidade de pagamento das indenizações. Momento de destaque para estratégias inteligentes, high tech e que pensam em toda a cadeia de seguros.

Atualmente, existem plataformas online que atuam ao longo de todo o processo de contratação de seguros, desde a coleta de dados, subscrição e regulação dos sinistros, e aceleram os processos de vistoria e fluxo de dados. Com o aumento da quantidade de análises nos campos finalizadas por dia, maior a tendência de indenizações autorizadas.

Dessa forma, os clientes podem seguir se dedicando ao que de fato importa, retomando suas atividades em um tempo menor e conseguindo obter um serviço consultivo em seu business em detrimento de um agente transacional.

De todo modo, o contexto leva as seguradoras e os seus fornecedores a investirem ainda mais esforços para seguir com entregas qualificadas e simultaneamente manter o equilíbrio financeiro visando a sustentabilidade dos negócios de proteção e garantia, com retorno adequado para investidores e acionistas.

O fato é que o agronegócio começa a ser sustentado, em parte, pelos seguros.

Seja pelos produtores que, realmente preocupados com o futuro, não pensam duas vezes em recorrer a um seguro para ajudá-los, assegurando seu investimento de possíveis inconvenientes, seja por stakeholders da cadeia que precisaram se reinventar para trazer cada dia soluções mais completas, tecnológicas e de valor para seus clientes e fornecedores.

O desafio está posto para todos os envolvidos. Os players do setor precisam encontrar soluções de forma individualizada e/ou conjunta.

Heverton Peixoto é CEO da Wiz Soluções (WIZS3), uma das maiores gestoras de canais de distribuição de seguros e produtos financeiros no Brasil – Empresa avaliada em R$ 2,5 bilhões na Bolsa de Valores. Pós-graduado em Corporate Finance pelo Insead França, ele lidera há 4 anos cerca de 2 mil colaboradores na parceria com a Caixa e em contratos fechados durante sua gestão com Itaú, Santander, Banco do Brasil, BMG, Inter e BRB, entre outros. Seus 15 anos dedicados à seguridade incluem passagens pelo Grupo Amil e a Mckinsey & Company, nos quais atuou em projetos estratégicos para a América Latina, além da Caixa Seguros e da Par Corretora de Seguros.

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