Economia

Setor de fraldas enfrenta problemas nos EUA (e pode encontrar dificuldades no Brasil também); saiba mais

14 fev 2024, 17:30 - atualizado em 14 fev 2024, 17:30
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Brasil também possui um cenário parecido com o dos EUA, com queda na taxa de fecundidade e aumento nos preços das fraldas (Imagem: Unsplash/Nathan Dumlao)

Nos Estados Unidos (EUA), o setor de fraldas, que antes oferecia bons lucros, agora começa a ser um problema para o país. De acordo com a Bloomberg, a Procter & Gamble Co. (PGCO34), fabricante da Pampers, e a Kimberly-Clark Corp. (KMBB34), que fabrica fraldas da Huggies, enfrentam problemas com as taxas de natalidade e custos dos materiais nos EUA.

Antes, esse era um setor extremamente lucrativo que gerava US$ 5,9 milhões por ano para a economia dos Estados Unidos.

A inflação para produtos de cuidados infantis no país aumentou desde a pandemia, com o aumento de 35% no pacote de fraldas, de acordo com a Circana, empresa que analisa dados.

Como resultado, os pais alteraram a forma como cuidam de seus filhos para manter as contas de casa sob controle. Entre algumas das medidas adotadas estão trocar menos as fraldas dos filhos, adotar opções reutilizáveis e treiná-los mais cedo para o desfralde.

O país passa pela estagnação nas taxas de natalidade. Analisando a taxa de fecundidade em 2020, o número de nascimentos no ano foi menos de 60 a cada 1.000 mulheres, entre as idades de 15 a 44 anos. Na década de 1950, o número era de 120 por 1.000 mulheres.

O problema é que as empresas contavam com os nascimentos do país para manter aquecido o mercado de fraldas, brinquedos e fórmulas infantis. Além disso, os componentes de fraldas, como a resina, continuam aumentando.

Como alternativa, a P&G e a Kimberly-Clark Corp. buscam investir em crianças mais velhas, fabricando calças para ajudar crianças que têm problemas em urinar durante a noite.

Apesar das tentativas de focar em públicos mais velhos, a venda para essas crianças ainda é menos que a metade do total do mercado de fraldas, de acordo com dados da Circana reunidos pela Bloomberg.

Problemas com fraldas também atingem o Brasil

A queda na taxa de natalidade começou a atingir também o Brasil, com o número de filhos por mulher atingindo 1,65 em 2020, enquanto na década de 1980 o número era de quatro filhos.

Os altos custos com fraldas também estão presentes no Brasil. Dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2022 mostravam uma alta de 9,57% no preço das fraldas descartáveis.

Mas o problema não ficou lá atrás. Por exemplo, enquanto um pacote da Huggies Supreme Care com 80 unidades era encontrado por R$ 91,69 em 2022, hoje o preço é de R$ 95,49, representando um aumento de 4,14%.

Para aquecer o mercado no Brasil, marcas como a Johnson & Johnson e a Personal Baby investem na adoção de preços abaixo do mercado por um período de tempo, como o caso da “Black Fralda”, quando a diminuição nos preços durou uma semana.

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