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Setor de educação seguirá pressionado na temporada de resultados do 4º trimestre

03 fev 2021, 13:18 - atualizado em 27 maio 2021, 14:09
Ânima
Na avaliação do BTG Pactual, a Ânima entregará um balanço consistente (Imagem: Ânima/YouTube)

O setor de educação terá mais um ciclo fraco de resultados, disse o BTG Pactual (BPAC11). Para os analistas, a pressão nos números é esperada, considerando que o quarto trimestre é normalmente mais fraco para as companhias com atuação no ensino superior.

O BTG mostrou preferência pela Ânima Educação (ANIM3) e pela Vitru (VTRU) no setor.

“O cenário continua bem desafiador para o ensino pós-secundário (refletido pelos resultados fracos do quarto trimestre), mas acreditamos que os fundamentos por trás da recuperação de margem da Ânima é menos dependente das adversidades do cenário macro atual”, explicaram os analistas Samuel Alves e Yan Cesquim, em relatório divulgado na semana passada.

Na avaliação do banco, a Ânima entregará um balanço consistente, com as receitas sendo beneficiadas pelas aquisições mais recentes (Faseh, Unicuritiba e UniFG). A companhia também tem a seu favor o foco em nichos de alta qualidade e uma exposição relevante a cursos de medicina.

Trimestre fraco

Cogna (COGN3), Yduqs (YDUQ3) e Ser Educacional (SEER3) divulgarão performances fracas nessa temporada de balanços.

O BTG projeta queda anual de 20% na receita líquida da Cogna, pressionada pela fraca dinâmica on-site na Kroton, taxas de ensino menores nas escolas da Saber e redução do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). O banco estima ainda queda de 56% no Ebitda ajustado, para R$ 221 milhões.

O crescimento da receita líquida da Yduqs será parcialmente ofuscado pela pressão de preços e pelo aumento de desistências (Imagem: Divulgação/Estácio)

A Yduqs deve registrar crescimento anual de 10% na receita líquida, beneficiada pela consolidação da Adtalem, pelo ramp-up do ensino à distância (EAD) e pela maturação dos cursos de medicina. No entanto, esses números serão parcialmente ofuscados pela pressão nos preços e pelo aumento de desistências. O BTG prevê uma margem Ebitda menor na comparação ano a ano, implicando um Ebitda contábil de R$ 182 milhões (queda de 22%).

A Ser dará continuidade à trajetória de resultados fracos vista nos trimestres anteriores. A receita líquida da companhia deve cair 17% no comparativo anual, fechando em R$ 290 milhões (assim como a Yduqs, por pressão de preços). O Ebitda recorrente contrairá 32% devido a uma alavancagem operacional negativa e PDAs potencialmente maiores. O prejuízo líquido ajustado deve atingir R$ 3 milhões.

O BTG destacou que os resultados da Ser serão beneficiados pelo dinheiro que a companhia optou por receber da Ânima após a rescisão do contrato de aquisição dos ativos da Laureate no Brasil.

O BTG manteve indicação de compra da ação da Ânima. Para Cogna, Yduqs e Ser, a recomendação é neutra.