Setor de biodiesel vai a Alckmin e busca “decisão urgente” sobre nova mistura

Representantes da indústria de biodiesel do Brasil se reuniram nesta sexta-feira com o vice-presidente Geraldo Alckmin para levar informações que embasem uma “decisão urgente” do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) sobre a mistura do biocombustível no diesel, segundo nota da associação do setor Aprobio.

A indústria de biodiesel espera que a mistura atual de 10% de biodiesel no diesel seja elevada a partir de março, e aguarda uma decisão do órgão interministerial CNPE.

Mas ainda não há informações sobre uma data para encontro desse conselho de assessoramento da Presidência da República.

É importante uma definição rápida do índice de mistura de biodiesel no diesel para o planejamento do setor, uma vez que o percentual influencia no volume de processamento de soja, a principal matéria-prima do biocombustível.

No Brasil, 65,76% da produção de biodiesel se deu a partir do óleo de soja em 2022, segundo dados da agência reguladora ANP.

Quanto maior o processamento da oleaginosa, maior também é a disponibilidade de farelo de soja, usado como matéria-prima de ração animal.

A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) manteve nesta semana suas projeções para o ano, considerando a retomada do cronograma de aumentos da mistura, cuja resolução prevê 15% (B15) a partir de março.

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Na véspera, após reunião com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a Aprobio afirmou em nota que “o setor considera a possibilidade de uma evolução gradual, desde que a decisão seja em breve para garantir a organização da programação de suprimento e de produção”.

Procurado sobre o assunto, o Ministério de Minas e Energia não comentou imediatamente.

A Aprobio também disse que foi “muito positiva” a reunião realizada dos representantes do setor de biodiesel com o ministro. “Houve uma compreensão por parte do ministro da urgência da definição de um ambiente de previsibilidade.”

O governo anterior reduziu a mistura a 10% em 2022, citando questões relacionadas a preços de matérias-primas diante de uma quebra de safra de soja no Brasil.

Pelo programa de biocombustível do país, o total de biodiesel misturado diesel na maior parte do ano passado deveria ter sido de 14%, passando a 15% em 2023.