Setor de aquisições nega realidade de preço, diz Tikehau Capital

O cofundador da Tikehau Capital, Mathieu Chabran, disse que empresas de aquisição devem enfrentar a realidade dos preços dos negócios diante das crescentes taxas de juros globais.

Ele espera mais consolidação no setor de private equity.

“O mercado se encontra em estado de negação”, disse Chabran em entrevista na terça-feira em Cannes.

“O mercado de aquisições desfrutou de ventos favoráveis muito significativos, impulsionados principalmente por dinheiro grátis a barato.”

Os bancos centrais não lhe darão mais um cartão de “saída da prisão”, afirmou.

A classe de ativos de private equity terá que passar por um período de retornos reduzidos, caso receitas corporativas mais baixas coincidam com uma desaceleração econômica e juros em alta, destacou Chabran.

“Os retornos foram impulsionados por múltiplas expansões e sempre mais dívidas”, disse. “Os próximos meses serão muito interessantes.”

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Chabran, um dos fundadores mais importantes do setor de private equity na Europa, ajudou a lançar a Tikehau, listada em Paris, aos 28 anos.

A gestora de ativos alternativos agora administra cerca de 37 bilhões de euros (US$ 37 bilhões) em estratégias de private equity, ativos reais, dívida privada e mercados de capitais.

O executivo faz coro a outros players no setor segundo os quais os valuations em private equity devem cair ainda mais, já que os maiores custos de capital dificultam a obtenção de retornos.

A captação de recursos também está mais difícil para empresas de private equity, à medida que investidores institucionais se tornam mais seletivos sobre quais gestores apoiar.

Apollo Global Management, Cinven, Clayton Dubilier & Rice e Nordic Capital estão entre as companhias levantando novos fundos, segundo dados compilados pela Bloomberg.

Chabran espera mais consolidação na indústria de private equity.

A própria Tikehau estuda aquisições táticas, com gestoras de ativos focados em uma única estratégia como potenciais alvos, afirmou.

As ações de algumas companhias do setor com capital aberto caíram pela metade nos últimos 12 meses, disse Chabran.

“Você tem mais gestores unindo forças a preços muito mais realistas”, avalia o executivo.

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