Setor automotivo perde participação industrial e tem baixa expectativa de crescimento
A Pesquisa Industrial Anual (PIA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mapeou que o setor industrial perdeu 9,6 mil empresas e um milhão de empregos em 10 anos, com o setor automotivo significativamente afetado.
Em 10 anos, a indústria automotiva perdeu 4,9 pontos percentuais de participação, passando de 12% para 7,1% no período.
A participação da fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias na receita líquida da indústria (7,1%) foi da 2ª para a 4ª posição no ranking, em 2020.
“O comportamento do setor automobilístico está relacionado ao fato de que outros setores cresceram mais, além da própria redução do setor. É uma atividade que já vem enfrentando crises sucessivas com motivações diferentes desde 2009. Em 2011, tinha uma participação de 12%, mas foi tendo reduções, especialmente no biênio 2015/2016 em que chegou a 8,2 e 8,1%, até cair ao ponto mais baixo da série para 7,1% em 2020”, diz a gerente de Análise Estrutural, Synthia Santana.
Montadoras saindo do Brasil
Aspectos como a pandemia e o agravamento do cenário macroeconômico levou montadoras a encerrarem atividades no Brasil. Em 2020, a Mercedes-Benz deixou o país e em 2020 foi a vez da Ford sair do país.
Em 2021, com a pandemia impactando diretamente o setor automotivo, houve também a suspensão de atividades de montadoras, diante de um cenário desfavorável para o setor.
Toyota, Nissan, Volkswagen, a Mercedes, Renault, Volvo e Scania suspenderam as atividades, adotando férias coletivas para os funcionários.
Mesmo em um cenário flexibilizado na pandemia, a compra de novos carros está em queda neste ano. No primeiro semestre de 2022, as vendas de veículos novos caíram quase 15%, segundo dados da Fenabrave.
Após os resultados, a Fenabrave atualizou as projeções do mercado para 2022. A expectativa de janeiro para um avanço de 4,6% no ano passou para expectativa de crescimento zerado.
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