Setor agrícola do Brasil pede R$ 1,5 bi à Fazenda diante de escassez de crédito
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) enviou um ofício ao Ministério da Fazenda solicitando a suplementação orçamentária de 1,5 bilhão de reais para equalização de taxas de juros do crédito rural pelo Plano Safra, diante do esgotamento de recursos de algumas linhas antes do previsto.
Segundo comunicado da CNA divulgado nesta terça-feira, o ofício foi assinado pelo presidente da entidade, João Martins, citando que diversas linhas de crédito estão suspensas.
“A elevação da taxa de juros e o orçamento insuficiente fizeram com que os recursos para a equalização das taxas no crédito rural acabassem antes do previsto. Além disso, a elevação dos custos de produção impactou no aumento do ticket médio das operações”, disse.
A entidade ressaltou que, com as interrupções de algumas linhas ainda no início da safra 2022/23, muitas operações ficaram paradas nas esteiras de crédito das instituições financeiras, atrasando investimentos em armazenagem, irrigação e práticas de agricultura de baixo carbono.
Além disso, o produtor rural precisou de mais recursos para financiar sua produção, em detrimento da adoção de inovações tecnológicas, afirmou.
“Ainda no ofício, a CNA reconhece e entende as dificuldades enfrentadas com o orçamento. Entretanto, avalia que a aprovação e a liberação do volume de recursos solicitado é imprescindível e urgente para garantir a continuidade dos investimentos do setor.”
No início deste mês, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, solicitou ao Ministério da Fazenda o montante de 1 bilhão de reais para equalização de juros do Plano Safra, que permitiria a liberação de 30 bilhões de reais em crédito adicional aos produtores até o final do ciclo 2022/23, em junho.
Na ocasião, o ministro disse que este é um período importante para este tipo de solicitação, pois as principais feiras do setor já começaram a acontecer no país, momento em que os produtores adquirem máquinas e equipamentos agrícolas.