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Setembro azul: 22 analistas recomendam as melhores ações para lucrar no mês

06 set 2024, 17:07 - atualizado em 07 set 2024, 8:30
Ibovespa, mercados
Em meio a esse cenário, analistas reafirmaram o otimismo com ações, destacando um valuation ainda atraente (Imagem: iStock/Edson Souza)

Agosto terminou com um sabor doce para os investidores na bolsa. O Ibovespa encerrou o período com uma alta de 6,5%, ampliando os ganhos no ano para 2,5%. No entanto, a má notícia é que essa pernada pode gerar pressão em setembro.

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Segundo analistas, será difícil repetir o desempenho do mês passado. Isso porque parte do mercado antecipa uma possível alta da Selic, a taxa básica de juros, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), prevista para 18 de setembro.

Por outro lado, o corte dos juros nos Estados Unidos é considerado quase certo. A Ágora destaca que o nível elevado de juros no país foi, por muito tempo, determinante para a alocação de capital entre investidores globais.

Os rendimentos de 5,5% nos EUA, naturalmente, atraíram a liquidez dos demais mercados, especialmente em um período de baixo crescimento econômico.

Enquanto isso, o Brasil continuava a ser visto como um destino atraente, aguardando esse impulso, o que de fato ocorreu. No entanto, a corretora observa que os desafios domésticos, especialmente relacionados ao cenário fiscal, limitam ajustes mais duradouros nos preços.

O BTG, por sua vez, nota que as taxas de longo prazo no Brasil permaneceram praticamente inalteradas em agosto, em contraste com a queda das taxas de longo prazo nos EUA. O resultado foi a elevação do spread entre as taxas de longo prazo nos EUA e no Brasil no último mês.

“Isso reforça nossa opinião de que a melhora nos preços dos ativos brasileiros foi principalmente impulsionada pelas condições externas”, afirmam.

Em setembro, entrará em vigor a nova metodologia para a formação do índice MSCI Brasil, que aumentará a participação de ativos domésticos na composição do índice. Esse fato só reforça a ideia de que o Brasil está em ascensão no cenário internacional.

No total, os investidores estrangeiros compraram R$ 9,7 bilhões em ações em agosto. Após seis meses de saídas constantes (totalizando R$ 40,1 bilhões), o mês foi o segundo consecutivo em que os estrangeiros foram compradores líquidos de papéis brasileiros, acumulando R$ 13,2 bilhões nos últimos dois meses.

Por outro lado, os locais realizaram resgates novamente em agosto. “O ritmo dos resgates moderou-se um pouco em comparação com o ano anterior, mas ainda é dolorosamente alto, especialmente considerando que foram massivos nos últimos anos”, destaca o banco.

Além disso, embora os resgates tenham diminuído, caso a taxa de juros de curto prazo (Selic) suba novamente nos últimos meses do ano, é provável que os investidores locais continuem na renda fixa.

Alta da Selic está dada?

O BTG lembra que, durante agosto, Gabriel Galípolo, Diretor de Política Monetária e agora oficialmente nomeado pelo presidente Lula como o próximo presidente do Banco Central, expressou seu desconforto com a inflação alta e fora da meta. O IPCA, principal indicador monitorado pelo BC, está em 4%, bem acima dos 3% do centro da meta.

“Se o Senado aprovar Galípolo como novo presidente do BC antes da próxima reunião do Copom, nos dias 17 e 18 de setembro, e, sob sua liderança, o BC iniciar um ciclo de aumento nas taxas, como esperado, o Banco Central restaurará grande parte de sua (perdida) credibilidade, em nossa opinião”, afirmam.

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No entanto, se o BC optar por não aumentar os juros, o que parece improvável no momento, isso pode causar uma queda nos preços dos ativos locais. Apenas um corte mais significativo na taxa dos Fed Funds em setembro (50 pontos-base em vez de 25 pontos-base) poderia fornecer o suporte necessário para o BC do Brasil manter as taxas inalteradas sem impactar negativamente os preços dos ativos brasileiros.

A Empiricus observa que, embora uma alta de juros represente um aumento no custo de capital, um ciclo breve e pequeno de alta não fará tanta diferença para as ações, por três motivos:

  1. A reafirmação da credibilidade do BC pode queimar prêmios na ponta longa da curva de juros;
  2. A economia brasileira tem surpreendido positivamente, sustentando os lucros corporativos;
  3. Meio ponto percentual a mais na Selic não deve ter grande efeito nos lucros.

“Aqui, entretanto, a diferença entre o remédio e o veneno está na dose; por isso, mantemos a preferência por empresas com balanço saudável, alta rentabilidade e bom momento operacional”, afirmam.

O que comprar para setembro?

Em meio a esse cenário, analistas reafirmaram o otimismo com ações, destacando um valuation ainda atraente. Para a Ágora, o preço das ações é favorável, enquanto os lucros sugerem um cenário positivo à frente.

“É comum analisarmos preços de ativos em bolsa com o auxílio do múltiplo Preço/Lucro. De maneira simplista, quanto mais baixo é o P/L, mais atraente é o ativo (não é uma regra absoluta, é importante analisar caso a caso)”, dizem.

No entanto, a casa faz um alerta: os preços dos ativos estão muito mais sensíveis ao cenário de corte de juros americanos.

“Não devemos ignorar o risco de uma desaceleração mais forte da economia americana no futuro (talvez um tema para o final do ano), tornando ainda mais relevante o monitoramento dos dados de atividade por lá”, destacam.

Entre os papéis mais recomendados, a Petrobras (PETR4), que até pouco tempo era vista com desconfiança, voltou a subir e empatou com a Vale (VALE3), com 15 recomendações. O Itaú (ITUB4) figurou em terceiro lugar.

Veja a lista abaixo:

Empresa Ticker Recomendação
Petrobras PETR3 / PETR4 15
Vale VALE3 15
Itaú Unibanco ITUB4 11
Banco do Brasil BBAS3 10
Petrorio/PRIO PRIO3 9
Cyrela CYRE3 9
Eletrobras ELET3 / ELET6 8
BTG Pactual BPAC11 7
Sabesp SBSP3 6
Gerdau GGBR3 / GGBR4 6
JBS JBSS3 5
Klabin KLBN11 5
Vivara VIVA3 5

 

Vale a pena ver de novo

A mineradora, apesar de todos os desafios e com o preço do minério em mínimas, ainda conquista os analistas. A Ágora lembra que a eleição de Gustavo Pimenta, por unanimidade, como o próximo CEO da empresa elimina um risco significativo.

Os analistas destacam que a incerteza relacionada ao próximo CEO era uma das principais preocupações dos investidores, e o anúncio foi bem recebido pelo mercado, considerando:

  • O momento (os investidores esperavam uma decisão apenas para dezembro);
  • Gustavo Pimenta construiu um histórico sólido com investidores e a comunidade de mineração;
  • Uma transição de CEO potencialmente tranquila, com a empresa mantendo sua estratégia disciplinada de alocação de capital.

“Olhando para o futuro, os investidores buscarão mais visibilidade sobre um possível acordo relacionado ao acidente de Mariana — que deve ser visto como o próximo evento de redução de risco para a história da Vale”, afirmam.

No entanto, o Safra reduziu sua exposição à Vale, mas continua com uma visão positiva para as ações da companhia e acredita que a atividade econômica chinesa poderia apoiar os preços do minério no curto prazo.

“A empresa deve continuar gerando um fluxo de caixa sólido e mantendo níveis atrativos de remuneração aos acionistas. Adicionalmente, o prêmio de qualidade para o minério tende a se manter próximo do nível atual, devido à busca por maior eficiência e elevados padrões ambientais das siderúrgicas”, destacam.

Petrobras cresce

A Petrobras, que ficou sob suspeita após a troca conturbada de CEO — com a saída de Jean Paul Prates e a entrada de Magda Chambriard — voltou com força e está próxima da liderança.

Segundo a XP, o balanço de notícias gerou uma correção no desempenho positivo na segunda metade de junho, após o anúncio do acordo tributário para passivos contingentes.

Para o Safra, os resultados continuarão robustos no curto e médio prazo, e a empresa manterá uma boa capacidade de distribuição de dividendos.

“A recente aprovação do pagamento de 50% dos dividendos extraordinários aumentou nossa confiança em potenciais novos pagamentos futuros. Adicionalmente, a PETR oferece um valuation atraente, com suas ações negociando com desconto em relação às suas pares internacionais”, afirmam.

Itaú na parada

O Itaú continua como o banco mais recomendado. O Santander recentemente elevou o preço-alvo para o Itaú de R$ 38,00 para R$ 44,00, elegendo-o como a principal escolha.

“Olhando para o futuro, prevemos que o Itaú voltará a acelerar a concessão de empréstimos em segmentos específicos, especialmente agora que a inadimplência de sua carteira de crédito se estabilizou. Espera-se que a maior parte do processo de redução de risco do Itaú tenha sido concluída no 4T23”, afirmam.

Além disso, segundo os analistas, com base nos resultados do 1º semestre de 2024 e no guidance de 2024 (R$ 40 bilhões de lucro líquido no ponto médio, implicando um crescimento de 12% ano a ano), fica claro que o Itaú está em um melhor momento operacional comparado aos pares privados da cobertura.

Levantamento

O levantamento do Money Times levou em consideração as informações das carteiras de ações divulgadas por 22 instituições. Para setembro, foram indicadas 82 ações, somando 234 recomendações.

Participaram do levantamento Ágora InvestimentosAtiva Investimentos, Andbank, Daycoval, BB InvestimentosBTG Pactual, CM Capital, EQI Research, Empiricus ResearchGenial InvestimentosGuide InvestimentosItaú BBA, MyCap, Nova Futura, Planner,PagBankRicoRB InvestimentosSafraSantanderTerra Investimentos XP Investimentos. 

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
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