Sessão para escolha dos demais cargos da Mesa da Câmara é transferida para quarta-feira
Ainda sem acordo sobre a distribuição de cargos, a eleição de integrantes da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados foi adiada para a manhã da quarta-feira.
A expectativa inicial era a que os nomes de todos os integrantes da Mesa já estivessem definidos na segunda-feira, após a divulgação do vencedor para a presidência da Casa, Arthur Lira (PP-AL).
Anunciada sua vitória, com uma maioria esmagadora de votos, Lira discursou, de pé, ao lado da cadeira de presidente da Câmara já vazia.
Esperava-se que ao tomar posse do cargo, já sentado na cadeira, o deputado daria continuidade ao processo eleitoral, já que os colegas tinham escolhido os nomes para todos os cargos de uma vez só.
Mas Lira surpreendeu boa parte do plenário e anulou decisão da gestão anterior que aceitou a inscrição do bloco que sustentou a candidatura adversária à presidência da Câmara, do deputado Baleia Rossi (MDB-SP).
A sessão para a escolha dos demais nomes passou, então, para a tarde desta terça-feira. Mas desenhou-se ao longo do dia uma tentantiva de acordo, já que a atitude de Lira pode acirrar o clima na Casa em um momento de promessas de aprovação de Propostas de Emendas à Constituição (PEC) com reformas.
As PECs exigem um quórum elevado de aprovação ao menos 308 votos, 6 a mais do que o obtido por Lira na votação pela sucessão do comando da Câmara na véspera.
O acordo ainda não havia sido selado e, por isso, o restante da eleição foi transferido para a quarta-feira. Uma das ofertas na mesa de negociação envolve a não judicialização do caso e as bancadas ainda discutem um posicionamento.
O bloco de Lira é sustentado por PSL, PL, PP, PSD, Republicanos, PTB, Pros, Podemos, PSC, Avante e Patriota.
Baleia, por sua vez, foi apoiado por MDB, PT, PSB, PSDB, PDT, SD, PCdoB, Cidadania, PV e Rede.
O problema é que adversários de Baleia apontam atraso no registro do bloco, que deveria ter ocorrido até as 12h da segunda-feira. Foi baseado nesta falha que Lira tomou sua primeira decisão como presidente e anulou a formação do bloco.
O novo presidente determinou à Secretaria-Geral da Casa que calculasse novamente a distribuição dos cargos da Mesa pelo critério da proporcionalidade, mas desconsiderando o bloco de Baleia.