Política

Servidores públicos fazem 2ª paralisação em Brasília; entenda o que eles reivindicam

18 jan 2022, 14:45 - atualizado em 18 jan 2022, 15:08
Banco Central
O segundo ato do dia acontece às 14h em frente ao Ministério da Economia (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

Os servidores públicos federais se reúnem nesta terça-feira (18) em frente ao Banco Central e ao Ministério da Economia, em Brasília, a fim de pressionar o governo Bolsonaro por reajustes salariais.

O presidente do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), Rudinei Marques, afirmou, em entrevista à Reuters, que o movimento conta com a participação de servidores do Judiciário e do Legislativo, além do Ministério Público – sobretudo nas funções administrativas – e da Defensoria Pública. “Uma adesão muito forte já na primeira manifestação”, disse.

Pela manhã, cerca de 300 manifestantes se reuniram em frente ao Banco Central, estimou o próprio banco. O segundo ato do dia acontece às 14h em frente ao Ministério da Economia.

Em nota, o Sindifisco Nacional anunciou que considera que quem deve se posicionar oficialmente em relação aos atos são o Fonacate (Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado) e o Fonasefe (Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais), uma vez que o movimento faz parte do conjunto dos servidores públicos.

Ao mesmo tempo, o Sindicato reitera que o movimento dos Auditores-Fiscais continua centrado na regulamentação de sua remuneração variável e na recomposição do Orçamento da Receita Federal.

Fábio Faiad, presidente do Sinal (Sindicato Nacional dos Servidores do Banco Central), afirmou ao Money Times que a estimativa de adesão foi de mais de 50% do quadro de funcionários, considerando os trabalhadores que estão presentes no ato em Brasília e os que estão espalhados pelo restante do país apoiando a manifestação.  “A paralisação era só de advertência, portanto não houve interrupção de atividades, era só uma ideia de advertência política. Caso não haja resposta até o fim de janeiro, em fevereiro é greve por tempo indeterminado e aí, sim, pode haver prejuízo dos serviços prestados pelo banco”.

O Ministério da Economia e o Banco Central não irão se pronunciar sobre a paralisação.

Qual o pedido dos servidores?

Os manifestantes reivindicam um aumento salarial que reponha a perda com a inflação nos últimos anos. Em carta a Paulo Guedes, ministro da Economia, o Fonacate afirma que 80% dos servidores acumulam perdas inflacionárias desde 2017, já os outros 20%, desde 2019.

O ato vem após o envio por Paulo Guedes, após pressões de Jair Bolsonaro, de um ofício ao Congresso Nacional em dezembro de 2021 pedindo R$ 2,86 bilhões no Orçamento de 2022 para reajustar o salário de policiais federais.

Nesta terça-feira, o vice-presidente Hamilton Mourão afirmou que não há espaço no Orçamento da União para a concessão de reajuste salarial para servidores públicos.

Os atos desta terça-feira serão os primeiros da movimentação dos servidores públicos, que já anunciam uma paralisação nos dias 25 e 26 de janeiro e greve geral na segunda quinzena de fevereiro, caso não haja acordo.

*Colaborou Alexa Meirelles

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