Servidores do BC aprovam suspensão da greve, mas manterão mobilização, dizem sindicatos
Os servidores do Banco Central aprovaram nesta terça-feira a suspensão da greve deflagrada no início do mês, mas continuarão trabalhando em regime de operação padrão, com paralisações parciais diárias, disseram representantes dos funcionários.
Segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do BC, Fábio Faiad, os servidores da autarquia consideram a proposta do governo de promover um reajuste linear de 5% para todos os servidores “insuficiente” e aguardarão um prazo de duas semanas para que seja oferecida uma outra alternativa.
Faiad afirmou que a contraproposta dos servidores prevê um reajuste de 27% nas remunerações e o atendimento de uma pauta não salarial.
“Daremos uma pausa na greve e estaremos em operação-padrão e em paralisações diárias de 14h às 18h, aguardando um posicionamento oficial do governo. Se nada for oferecido oficialmente, a greve será retomada automaticamente a partir de 3 de maio”, disse Faiad.
O presidente da Associação Nacional dos Analistas do BC, Henrique Seganfredo, disse que, com a suspensão da greve, deve haver uma normalização paulatina de atividades rotineiras do BC, mas que projetos da agenda de trabalho da autarquia seguirão comprometidos até que a pauta de reivindicações dos servidores seja atendida.
Os servidores aprovaram a greve em 1º de abril e antes disso já vinham promovendo paralisações, o que vem afetando a divulgação de estatísticas e indicadores e atrasando a implementação de projetos do banco.
Fontes do Ministério da Economia disseram à Reuters que o governo decidiu conceder um reajuste de 5% a todos os servidores públicos a partir de julho, mas a proposta ainda não foi anunciada publicamente e o secretário especial do Tesouro e Orçamento, Esteves Colnago, disse esta semana que há outras alternativas na mesa.
Procurado, o BC não comentou imediatamente a suspensão da greve.