Serviços pressionam e prévia da inflação deve subir 0,50%: o que esperar do IPCA-15 em dezembro
Na sexta-feira (23), o mercado vai ganhar um presente de Natal adiantado: a prévia da inflação de dezembro. Mas, talvez, nem todo mundo goste do presente que chega com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15).
A expectativa é de que o indicador suba pelo terceiro mês consecutivo, após as quedas de 0,73% e 0,37% em agosto e setembro. No mês passado, a prévia da inflação subiu 0,53%, sendo que o IPCA cheio avançou 0,41%.
Na época, das nove classes de despesas usadas para cálculo do IPCA-15, oito registram aceleração, sendo que os maiores impactos vieram de Alimentação e bebidas (0,54%) e Saúde e cuidados pessoais (0,91%).
Além disso, todas as 11 regiões pesquisadas pelo IBGE tiveram alta na prévia da inflação em novembro.
Projeções do mercado para a inflação
A Genial Investimentos e a Mirae Asset projetam que o IPCA-15 avance 0,56%. Com isso, a inflação acumulada em 12 meses ficaria em 5,94%.
O Santander, no entanto, tem uma projeção mais otimista. Segundo os economistas do banco, o IPCA-15 de dezembro deve subir 0,40% no mês, impulsionado principalmente pelos preços livres.
Se esse dado se confirmar, a leitura de 12 meses do IPCA-15 deve recuar para 5,8%, ante 6,2% em novembro.
“Seguimos destacando a dicotomia entre a expectativa de continuidade de um movimento de desaceleração nos bens industriais e a visão de que a inflação de serviços siga persistentemente elevada por tempo prolongado, como reflexo de um mercado de trabalho apertado e de impulsos fiscais”, diz, em relatório.
Os economistas destacam que não será tarefa fácil trazer a inflação de volta ao centro da meta (3%) no final de 2024, e o IPCA deve ficar na faixa entre 5-6% para o final de 2022 e o final de 2023.