Serviços frustram as expectativas, mas alta da atividade econômica de curto prazo virá
O setor de serviços do Brasil avançou 2,9% em agosto sobre o mês anterior, na terceira alta mensal, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na véspera.
Apesar do desempenho ser recorde para o mês, vale lembrar que 2020 acumula baixa devido às quedas brutais do setor de fevereiro a maio, diante do auge da pandemia no País.
Tanto apreço com os números dos serviços se deve a um dado muito sensível: o segmento representa quase 70% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, segundo o IBGE.
Ainda que positivo, o desempenho de agosto frustrou as expectativas da XP Investimentos, que esperava um crescimento de 7,4%, conforme explica a economista Lisandra Barbeiro.
“Serviços administrativos e complementares foram o principal destaque negativo no mês, assim como a perda de ímpeto dos serviços de tecnologia da informação“, avalia a economista.
“Mas com exceção desses dois setores todos os demais vieram em linha com o que prevíamos e confirmaram a mensagem de que o setor de serviços está começando a se recuperar”, advertindo que a recuperação se dará a passos lentos.
A expansão de 33,3% dos serviços prestados às famílias (que pesam mais sobre ótica do PIB) e a melhora marginal do índice de difusão já denotam uma retomada gradual, que deve ser observada ainda nos próximos meses, explica a especialista.
A equipe da XP revisou os números de agosto do índice de atividade econômica do Banco Central (IBC-Br), elevando as taxas de 2,7% anuais e de 3,8% mensais para 3% anuais e 3,4% mensais.