Serragem pode ajudar no combate ao excesso de plástico
Uma startup de tecnologia localizada perto da fronteira de Ontário com Michigan diz que tem a resposta para o problema mundial da poluição causada pelos plásticos: serragem.
A Origin Materials se prepara para pagar US$ 20 a tonelada para serrarias da arborizada região pelos restos deixados no processo de transformar toras em madeira, que serão usados para fabricar garrafas plásticas recicláveis que removem dióxido de carbono da atmosfera, já que são feitas de resíduos de madeira de origem sustentável. A Nestlé, a Danone e a PepsiCo planejam vender água em garrafas recicláveis à base de plantas fabricadas pela Origin no início de 2022.
É uma das muitas formas não convencionais concebidas pelos cientistas para reduzir a dependência mundial dos plásticos feitos de petróleo, que emitem poluentes prejudiciais ao clima no mesmo volume que 189 usinas de carvão anualmente, da produção à incineração. Os chamados bioplásticos também estão sendo desenvolvidos a partir do açúcar, milho, algas, esgoto e até besouros mortos.
“Os consumidores agora se preocupam em relação ao plástico de uma forma que não era vista há muito tempo, talvez nunca”, disse John Bissell, de 34 anos, que fundou a Origin Materials em 2008 e passou 10 anos trabalhando como engenheiro no desenvolvimento de plásticos alternativos que não contribuem para as mudanças climáticas. “Coisas cotidianas como garrafas e roupas agora podem se tornar negativas em carbono, mas permanecem funcionalmente idênticas.”
Isso pode ser verdade em teoria, mas a eliminação progressiva dos plásticos fabricados a partir do petróleo será uma batalha difícil. O uso do material se tornou tão arraigado nas sociedades que cerca de metade de toda a nova demanda de petróleo até 2040 virá da petroquímica, uma indústria que depende dos plásticos para a maioria de seus negócios, segundo a BloombergNEF.
O mercado global de plásticos, que movimenta US$ 500 bilhões, é responsável por 5% das emissões de gases de efeito estufa, segundo dados da Friends of the Earth. Algumas projeções mostram que a proporção triplicará nos próximos 30 anos.