Será que queda dos combustíveis compensará inflexão de vários alimentos nos futuros IPCAs?
O recorte de alta dos alimentos e bebidas no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no mês de julho, grupo que segurou a redução registrada de 0,68%, está dentro do esperado. E lança dúvidas sobre a possibilidade de desaceleração aguardada para agosto em diante.
Entre os fatores que pesariam sobre a diminuição do peso dos alimentos na inflação oficial do País estão, por exemplo, o menor reflexo nos custos de produção via redução dos combustíveis, fim da entressafra do leite e a entrada da oferta de algumas safras, como milho e café.
Mas vale esperar para ver se alguns resultados vão anular outros negativos, inclusive de setores dos quais não se espera maior flexão nos preços ao consumidor.
Em julho, o grupo teve a maior variação, 1,30%, pesando 0,28 pp no IPCA, sem que o IBGE conseguisse capturar a queda da gasolina desde o início do mês, quando o ICMS rebaixado para todos os estados já proporcionava redução antes mesmo de que a Petrobras (PETR4) promovesse o primeiro corte nas distribuidoras.
Certamente o impacto maior da redução ficará para agosto, quando se soma o reajuste negativo do diesel, da semana passada, e do etanol hidratado que passou a ficar mais evidente. O quanto da demanda que pode ficar aquecida, com essas baixas, e enrijecer os valores, é algo a ficar conhecido.
As carnes em geral se mantêm valorizadas. A bovina, mesmo com a queda dos preços do boi, já não cedia.
No segundo semestre, a sazonalidade comercial costuma a ser mais irrigada, especialmente via exportação, logo haverá dificuldade para o consumidor comprar por preços menores.
As outras proteínas também pegaram carona no consumo desviado da bovina e se mantiveram seus preços. E a suína, por exemplo, começou a encontrar o equilíbrio exportador frente a 2021.
Entre outros produtos com peso considerável no IPCA, ainda tem o arroz, que também deve começar a ter impacto das exportações maiores e a oferta da safra gaúcha já diminuindo.
Circulando em volta disso tudo, com pressão de demanda, ainda se deve contar com um pouco maior poder de compra de itens básicos, com a entrada dos auxílios dados pelo governo.
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