Será que as ações da Oi (OIBR3) têm jeito?
Se existe uma ação na bolsa brasileira que desperta discussões acaloradas entre traders e investidores é a Oi (OIBR3).
Seja aqueles que defendem o “ótimo” potencial de valorização das ações, seja o outro grupo que só vê o caminho para o abismo como único destino possível para a empresa, o engajamento é grande em ambas partes.
Mas o fato é que investir (ou apostar) na Oi exige, no mínimo, estômago do investidor.
Desde 2009, quando a empresa marcou sua máxima histórica, a empresa já se desvalorizou 99,86% até sua mínima no ano em R$ 0,37 (até a data em que o texto foi escrito).
A empresa não consegue negociar acima de R$ 1,00 desde fevereiro deste ano, o que já fez a B3 enviar um ofício empresa questionando uma solução.
Penny stocks
A bolsa brasileira estabelece regras para inibir a negociação das chamadas penny stocks, que são as ações negociadas na casa dos centavos. Pelas normas atuais da B3, uma ação pode passar no máximo 30 pregões abaixo de R$ 1,00.
No caso da Oi, a B3 já havia dado uma espécie de segunda chance para a empresa em junho, mas o novo prazo para a empresa se enquadrar no valor mínimo se encerrou em julho, e em agosto a empresa propôs o agrupamento de suas ações como solução.
Mas a principal pergunta de muitos novatos e até mesmo investidores mais antigos não fazem é por que o papel está valendo tão pouco.
A verdade é que a gestão da empresa não conseguiu apresentar bons resultados a mais de uma década, o que fez as ações despencarem, o endividamento disparar e a empresa entrar em recuperação judicial.
Durante seu processo de RJ, a empresa se desfez da maioria dos seus ativos de telefonia na busca de equilibrar seu caixa e tentar ser uma empresa lucrativa.
Os investidores mais otimistas começaram a acompanhar esse processo acreditando ser o “turning point” para a empresa.
Os mais pessimistas continuam com a ideia de que a companhia não tem mais jeito, e cada nova tentativa da empresa em permanecer viva é só mais uma pausa no caminho para a falência definitiva.
Para esses que são mais pessimistas, este começo de mês trouxe mais uma notícia para reforçar a tese.
As 3 empresas que dividiram o setor de telefonia móvel da Oi (TIM, Vivo e Claro) estão pleiteando um desconto de R$ 3,186 bilhões sobre os ativos comprados.
A alegação das empresas é de que a Oi não utilizou os parâmetros operacionais e financeiros estabelecidos em contrato para a venda da rede móvel.
A princípio a Oi conseguiu uma liminar obrigando as empresas a depositar o valor de R$ 1,53 bilhão das operadoras numa conta vinculada ao processo de recuperação judicial.
Mas as operadoras já entraram com recurso para impedir o pagamento. Ou seja, isso pode ser apenas o começo de mais um problema para a antiga Telemar.
Com tudo isso acontecendo, o que eu penso sobre investir em Oi?
Oi tem futuro?
A primeira coisa que sempre digo é que colocar dinheiro em Oi não é investir, e sim fazer uma aposta.
Uma empresa que só dá prejuízo, está em recuperação judicial e está valendo centavos não deve ser encarada como um ativo sólido, onde se coloca boa parte do nosso suado dinheiro. As probabilidades continuam ruins para a empresa, por mais que ela tenha chances de se recuperar.
Assim, quem quer colocar dinheiro nesse ativo deve ter em mente o grande risco envolvido, e assim dimensionar a quantidade de capital que deseja APOSTAR. Sim, encare isso como uma aposta.
Mas aquele investidor mais teimoso pode dizer que qualquer ativo de renda variável se trata de uma aposta. Essa é uma visão muito reduzida da realidade, usada na maioria das vezes para justificar uma ânsia que ele possui para ver o ativo se valorizar, e quem sabe voltar para o seu preço de entrada.
Comparar a probabilidade de se ganhar dinheiro com uma empresa sólida, que apresenta resultados consistentes ao longo dos anos, com outra empresa mal gerida e altamente especulativa beira a ingenuidade.
Portanto, se você faz parte do time que aposta na recuperação da Oi, faça isso de maneira consciente e com um volume de capital que não vai te machucar se tudo der errado. Como grafista, nato, eu mesmo já enxerguei algumas oportunidades no curto prazo, mas que não conseguiram se sustentar por muito tempo.
O que eu nunca fiz foi criar uma fantasia de que ela seria a minha próxima galinha dos ovos de ouro.
Pode dar certo, mas pode dar muito, mas muito errado mesmo.
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