Senadores comentam lançamento do Plano Nacional de Vacinação
Vários senadores reagiram ao Plano Nacional de Vacinação contra a covid-19, lançado na manhã desta quarta-feira (16), em cerimônia no Palácio do Planalto.
O lançamento do plano foi considerado positivo por vários senadores, enquanto outros expressaram críticas à atuação do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.
Elaborado pela pasta da Saúde, o plano estabelece quatro grupos prioritários, que, segundo previsão da pasta, somam cerca de 50 milhões de cidadãos.
Na primeira fase da campanha, de acordo com o governo, serão vacinados trabalhadores da área da saúde, idosos (pessoas de 75 a 79 anos e de 80 anos ou mais) e indígenas com idade acima dos 18 anos. A imunização deverá ser feita em duas doses, que serão aplicadas em um intervalo de 14 dias.
Nos demais grupos prioritários estão pessoas com comorbidades, professores (do ensino básico ao superior), profissionais de forças de segurança e salvamento e funcionários do sistema prisional, além de membros das comunidades tradicionais ribeirinhas, quilombolas, trabalhadores do transporte coletivo, pessoas em situação de rua e população privada de liberdade.
“Vacina segura”
Segundo o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), a campanha demonstra empenho do Governo Federal em vencer o vírus.
O parlamentar destacou a promessa do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, de que todos os brasileiros terão acesso a uma vacina “segura, eficaz e gratuita” nos postos de saúde de todo o país.
“Para isso, o governo do presidente Jair Bolsonaro vai destinar R$ 20 bilhões. São R$ 300 milhões de doses em negociação com diferentes laboratórios”, afirmou.
O senador Esperidião Amin (PP-SC) também comemorou o lançamento do plano de vacinação pelas redes sociais. Para ele, o sentimento é de recompensa como cidadão e político. “O plano é um mapa.
O plano é o caminho. Portanto, tem que ser recebido com muita esperança, aplauso e, naturalmente, com as dúvidas que um plano sucinta. Hoje é um grande dia para o país”, escreveu.
O MDB no Senado comentou a declaração do senador Eduardo Braga (MDB-AM), que considerou positiva a aprovação pela Anvisa das regras para o uso emergencial de vacinas contra a covid 19. “Que essa iniciativa seja o prenúncio de um novo tempo na gestão do enfrentamento da pandemia no Brasil”, disse o parlamentar.
Críticas
Nas redes sociais, outros senadores criticaram a fala de Pazuello, que durante o lançamento do plano do governo, ao comentar o programa de imunização, perguntou: “para que essa ansiedade, essa angústia?”
O senador Jaques Wagner (PT-BA) considerou o questionamento absurdo. “Temos pressa, ministro! Já morreram mais de 182 mil brasileiros! Enquanto o mundo, corretamente, se interessa pela vacina, o governo brasileiro pede calma. Temos que correr para salvar vidas, entendeu?”, escreveu o parlamentar.
Já o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) classificou a pergunta como inacreditável. “É um governo de negacionistas que atuam contra a vida e em favor do vírus! Não podemos contar com a sensibilidade de quem não se compadece nem com milhares de mortes”, disse.
Pela internet, o senador Alvaro Dias (Podemos-PR) questionou a opinião dos internautas sobre a obrigatoriedade da vacina e reinclusão de presidiários na fila prioritária.
Além disso, o parlamentar comentou a corrida mundial para aquisição de vacinas. “Os países ricos, que têm menos de 15% da população mundial, reservaram 51% das doses das vacinas mais promissoras contra a covid19”, destacou.
Debate
Nesta quinta-feira (17), a partir das 10h, o Plenário do Senado fará uma sessão de debate temático semipresencial para discutir a apresentação do plano de vacinação contra a covid19 do governo federal e dos governos estaduais.
Para a sessão, foram convidados o ministro da saúde, Eduardo Pazzuelo, a coordenadora nacional do Programa de Imunização do Ministério da Saúde, Francieli Fantinato, e o presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Wilames Freire, entre demais autoridades e representantes da secretaria da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) responsável pela área de imunização e dos laboratórios fabricantes das vacinas.