Senado do Chile não deve ter votos para aprovar impeachment de Piñera
O Senado do Chile debateu nesta terça-feira acusações contra o presidente Sebastián Piñera, que sofreu um impeachment na câmara baixa na semana passada devido a irregularidades na venda de uma mineradora, mas a oposição do Senado não parece ter votos suficientes para condená-lo.
O impeachment exige uma maioria de dois terços, ou 29 votos, mas a oposição de centro-esquerda aparentemente só tem 24 senadores, o que coloca uma condenação em dúvida.
Se condenado, o presidente e empresário bilionário seria afastado do cargo e ficaria inelegível para cargos públicos durante cinco anos. Uma vez concluído o debate, a votação deve ocorrer perto da meia-noite ou na manhã de quarta-feira. O mandato atual de Piñera vigora até março.
O debate no Senado antecede a eleição presidencial de domingo, na qual Piñera não concorre.
O ultraconservador José Antonio Kast, às vezes comparado ao presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, ou ao ex-presidente norte-americano Donald Trump, dispara nas pesquisas de opinião e agora é o favorito para a eleição.
Os procedimentos de impeachment decorrem do vazamento dos chamados Pandora Papers, uma série de documentos que revelaram transações em paraísos fiscais envolvendo figuras globais da política e dos negócios.
Entre eles estavam documentos que parecem delinear um acordo envolvendo a venda da mina de cobre e minério de ferro Dominga em 2010. À época, Piñera estava no ano inicial de seu primeiro mandato presidencial.