Estados Unidos (EUA)

Senado americano aprova cortes de impostos para empresas e pessoas

03 dez 2017, 17:07 - atualizado em 03 dez 2017, 17:07

Por Ângelo Pavini, da Arena do Pavini

O Senado dos Estados Unidos aprovou na madrugada de hoje, sábado, a reforma tributária proposta pelo presidente Donald Trump, que prevê o corte dos impostos de pessoas e empresas. A votação foi apertada 51 votos a favor e 49 contra, mas confirmou a força do presidente americano e de seu partido Republicano.

Apesar da aprovação, o texto agora terá de ser ajustado, pois outra proposta foi aprovada na Câmara dos Representantes. Deputados e senadores terão de definir agora um projeto comum que será enviado a Trump para ser promulgado. A reforma deverá ser um ponto importante nas eleições de 2018, ao agradar boa parte dos eleitores, e Trump já canta vitória sobre os democratas, afirmando ser “imbatível”.

Os projetos preveem a redução dos impostos das empresas de 35% para 20%, mas o Senado prevê que a redução começaria apenas em 2019, enquanto a Câmara definiu o início em 2018. Outra diferença é que a redução para pessoas físicas, no projeto do Senado, acabaria em 2026. Ambos os projetos preveem cortes de arrecadação de US$ 1,4 trilhão nos próximos 10 anos, o que preocupa analistas e uma boa parte dos próprios parlamentares. Os estímulos para a economia americana no curto prazo, porém, serão enormes, e devem preocupar o Federal Reserve (Fed, banco central americano), que está no meio do processo de normalização da política monetária, subindo gradualmente os juros. Se a economia aquecer demais, e a inflação ganhar força, o Fed pode ser obrigado e acelerar a alta dos juros e acabar com a festa da economia.

Os projetos diferem também com relação aos limites para dedução do imposto de pagamentos de financiamentos imobiliários, o que é permitido nos EUA e é um grande incentivo para o setor de construção.

Há também diferenças nas propostas sobre tributação de lucros de empresas no exterior, outra bandeira de Trump, que reclama da exportação de empregos das grandes corporações americanas, que buscam mão de obra mais barata em outros países. Na Câmara, a proposta é tributar os ganhos em 14%. O Senado não menciona a alíquota, segundo a Agência Bloomberg.

Para o Brasil, a preocupação é com o impacto da redução dos impostos nos juros americanos. O aquecimento da economia seria bem-vindo para o país, pois com os Estados Unidos crescendo mais, o mundo inteiro também crescerá, e com isso as commodities continuarão com bons preços e a Europa pode acelerar sua recuperação. Mas desde que a inflação nos EUA não volte a assustar.

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