Semelhante ao Itaú (ITUB4)? Saiba se Itaúsa (ITSA4) ainda é a melhor alternativa para ‘surfar’ tese do banco
A Itaúsa (ITSA4) costuma ser vista pelo mercado como uma alternativa para investidores que querem apostar no Itaú (ITUB4), mas pagando um preço mais barato.
Porém, com a exposição da companhia à XP e investimentos maiores em diferentes negócios, dizer que a Itaúsa é uma opção “semelhante ao Itaú” parece menos claro, avalia o BTG Pactual.
“Pode ser uma das razões para esse grande desconto de ações, somado ao fato de investidores estrangeiros geralmente preferirem o Itaú a Itaúsa ao investir inicialmente no Brasil”, acrescentam Eduardo Rosman, Thiago Paura, Ricardo Buchpiguel e Vitor Melo, do time de análise do banco, em relatório divulgado na semana passada.
Os analistas destacam que a XP “é definitivamente um ativo não estratégico” para a holding. Em conversa com o BTG, a equipe de relações com investidores da Itaúsa afirmou que a exposição da companhia ao setor financeiro será limitada ao seu investimento no Itaú, o que significa que sua participação restante de 10,3% na XP continuará caindo.
“Assumindo nosso preço-alvo de US$ 24 para XP, a participação da Itaúsa deve ser avaliada em R$ 7,1 bilhões (ela contabiliza sua participação na XP pelo método de equivalência patrimonial em vez de valor justo), ou 9% de seu valor de mercado. Dada a busca contínua pela alocação ideal de capital, e com base nas condições de mercado, ainda pode vender até 17 milhões de ações em 2022, reduzindo sua participação para cerca de 7%, mas ainda dando-lhe um assento no conselho”, destacam os analistas.
Ao passo que os investimentos da Itaúsa diminuem, bem como sua participação na XP, a percepção de risco também deve cair, diz o BTG.
A próxima rodada de desinvestimentos deve ser impulsionada por condições de mercado (preço da ação da XP), oportunidades de benefícios fiscais e necessidades de caixa para investimentos futuros, também abrindo caminho
para pagamentos mais altos, completa a instituição.
Mais dividendos
A Itaúsa normalmente adota o pagamento de dividendos mínimos obrigatórios, de 25% do lucro líquido anual, e costuma repassar 100% dos dividendos do Itaú.
Desde 2020, com as restrições regulatórias e a retenção de capital para crescimento, o Itaú reduziu seu payout a 25%, cortando assim a distribuição da Itaúsa.
Porém, o BTG pontua que há indicativos – três, para ser exato – de que a remuneração aos acionistas deve ser maior em relação aos últimos dois anos, considerando que a Itaúsa utiliza o fluxo de caixa de suas subsidiárias para custear as próprias despesas (incluindo impostos):
- a fase mais intensa de investimentos parece ter terminado;
- a Itaúsa deve começar a diminuir a alavancagem; e
- a parte não financeira de sua carteira continua maturando, exigindo menos caixa e permitindo que ela passe a pagar dividendos maiores.
O BTG não cobre a ação da Itaúsa, mas menciona o “desconto excessivo” da ação.
Segundo o BTG, o desconto está acima da média histórica de 20%, considerando a participação na CCR (CCRO3).
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