Sem tubarões, Cidade do Cabo também enfrenta sumiço de baleias
Um levantamento da população de baleias-francas-austrais na costa da Cidade do Cabo mostrou a segunda menor incidência desses mamíferos aquáticos em 24 anos. Cientistas da África do Sul atribuem a escassez às mudanças climáticas.
Os resultados da pesquisa, realizada pela Unidade de Baleias do Instituto de Pesquisas de Mamíferos da Universidade de Pretória, chegam em um momento em que o setor de turismo local já se preocupa com o súbito desaparecimento de tubarões-brancos da Baía Falsa, que fica ao leste da cidade. Nenhum tubarão da espécie foi visto por lá neste ano.
Passeios para observação de baleias e mergulhos com tubarões (em que a pessoa desce ao mar em uma gaiola) são atividades turísticas populares nos arredores da Cidade do Cabo.
Feito com helicóptero, o último levantamento achou 200 baleias desse tipo em um trecho da Baía Falsa, comparado a mais de 1.000 no ano passado, de acordo com o comunicado da universidade. Em 2016, apenas 119 animais foram vistos. A variação pode estar relacionada às condições climáticas do Oceano Austral, que banha a Antártica.
“Acreditamos que as baleias não estão encontrando comida suficiente, devido às mudanças nas condições climáticas do Oceano Austral, possivelmente relacionadas à mudança climática”, afirmou a divisão da universidade. “Baleias-francas comem krill e copépodes e, sem comida suficiente, não podem armazenar energia suficiente para concluir a migração dispendiosa e a reprodução. Isso tem implicações para a recuperação da população.”
As baleias-francas-austrais podem atingir 16 metros de comprimento e pesar 60 toneladas.