Petróleo

Sem reduzir oferta, Opep+ pode ver barril abaixo de US$ 50

12 nov 2019, 16:05 - atualizado em 12 nov 2019, 16:07
Mohammed Barkindo, secretário-geral da Opep (Imagem: F. Carter Smith/Bloomberg)

Com a próxima reunião daqui a algumas semanas, a Opep e parceiros ainda não mostram muita disposição para uma medida mais contundente para sustentar os preços do petróleo. Mas, sem intervenção, alguns analistas dizem que um novo superávit da oferta pode sacudir o mercado no início de 2020.

As cotações do petróleo, negociadas a cerca de US$ 62 o barril em Londres, poderiam cair quase 30%, para US$ 45 o barril se a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados não anunciarem cortes mais profundos na produção, de acordo com o Morgan Stanley. O Citigroup e o BNP Paribas projetam uma queda para a casa de US$ 50.

A desvalorização aumentaria a pressão sobre membros do grupo como Venezuela, Irã e Iraque, que já sofrem com crises econômicas e agitação política. Também afetaria o resto do setor, atingindo o segmento de gás de xisto que transformou os EUA no maior produtor de petróleo do mundo.

“A perspectiva de excesso de oferta paira sobre o mercado em 2020”, disse Martijn Rats, estrategista global de petróleo do Morgan Stanley. “Ou a Opep aprofunda os cortes, ou os preços cairão para cerca de US$ 45 o barril, forçando uma desaceleração do gás de xisto americano, que equilibra o mercado.”

A oferta de petróleo de fora da Opep deve expandir duas vezes mais rápido do que a demanda global no próximo ano. A economia frágil tende a reduzir o consumo, enquanto há mais oferta dos EUA, Noruega e Brasil, segundo dados do grupo. Se a Arábia Saudita, a Rússia e outros países que dominaram a produção este ano não aprofundarem os cortes na reunião em Viena, marcada para os dias 5 e 6 de dezembro, os preços quase que certamente vão cair, dizem os bancos.

Embora o secretário-geral da Opep, Mohammad Barkindo, tenha dito que o grupo e parceiros estão preparados para fazer “o que for preciso” para evitar outra retração do mercado, os delegados dizem que os maiores produtores da coalizão não estão pressionando por mais reduções. O ministro do Petróleo de Omã, Mohammed Al Rumhy, disse na terça-feira que o grupo provavelmente vai seguir com os níveis atuais de produção.

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