Sem previsão certa para recuperação, Safra reforça cautela com Gol
As perdas da Gol (GOLL4) no primeiro trimestre do ano foram altas, destacou o Safra. Considerando que a companhia reportou prejuízo líquido de R$ 2,5 bilhões e Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) negativo de R$ 72,1 milhões no período, o banco não vê um cenário muito animador para a aérea.
“Mantemos uma abordagem cautelosa para a companhia e o setor”, afirmou o analista Luiz Peçanha, em relatório divulgado nesta quinta-feira (29). “A recuperação operacional da companhia ainda é incerta e depende da retomada da demanda por voos, que deve ser prejudicada por políticas de distanciamento social no país e no mundo”.
Além disso, a recuperação completa dos voos corporativos, que representavam cerca de 70% da demanda, pode estar ameaçada pelas potenciais mudanças estruturais nas viagens com a introdução de ferramentas para reuniões virtuais, por exemplo.
O Safra colocou a recomendação e o preço-alvo da ação da Gol em revisão.
Segundo trimestre
A Gol planeja uma redução de 40% da capacidade para o segundo trimestre ante o período de janeiro a março deste ano.
A companhia vai operar 63 aeronaves em sua malha. Segundo a empresa, além do período ser historicamente de transição para a baixa temporada de demanda, a decisão reflete o agravamento da pandemia e o aumento das restrições de circulação impostas pelos estados.
A Gol também estima que atingirá receita 35% menor no trimestre em comparação com o início do ano, além de R$ 4,2 bilhões em liquidez e R$ 14,8 bilhões em dívida líquida ajustada.
A empresa ainda anunciou um aumento de capital de R$ 512 milhões. Os acionistas controladores, os irmãos Constantino, planejam subscrever até R$ 270 milhões do total, a um preço por ação preferencial de R$ 24,19.