Agricultura

Sem os holofotes do agro, ONU ajuda produtores vulneráveis baianos para o pós-covid

09 jul 2020, 16:04 - atualizado em 09 jul 2020, 16:49
Agricultura
Agricultura de subsistência recebe ajuda para ganhar escala comercial de organismo mundial (Imagem: Pixabay)

Com as discussões sobre práticas agropecuárias de manejo que impliquem em menores riscos à saúde, no guarda-chuva mais contundente da defesa do meio ambiente, que devem tomar conta no alvorecer do mundo pós-covid, segundo a própria Organização Mundial de Saúde está prevendo, pequenos produtores longe dos holofotes das grande cadeias têm um fio de esperança de saírem da subsistência precária.

Sob apoio da Organização das Nações Unidas (ONU), projetos ao redor do mundo estão sendo aprovados e, melhor ainda, chancelados apenas para os mais vulneráveis. E levando em conta, ainda, todos os outros aspectos sociais, de igualdade de gênero e de sustentabilidade absoluta.

E agora também agricultores familiares do Oeste baiano vão poder produzir quinoa, aquele grãozinho minúsculo, originário das regiões andinas, com verba do Fundo Comum de Commodities (CFC/ONU) recém-aprovada.

No Brasil, vai se somar ao apoio já dado a outros projetos na Bahia: limão (Ipojuca), cogumelo (Vitória da Conquista) e umbu (Uauá), como Money Times reproduziu em 23 de abril.

A aprovação na 66ª região do conselho consultivo do organismo, presidida pela economista baiano Wilson Andrade, também se estendeu a projetos que serão apoiados no Quênia (macadâmia), Zâmbia (cereais), Burundi (frutas), Bangladesh (artesanato), Benin (abacaxi) e Colômbia (cacau).

O projeto da quinoa vai receber US$ 1,5 milhão e foi o único do Brasil a ser aprovado nesta última chamada da CFC. Projetos apresentados para produção de sisal, seringueiras e produtos florestais não foram aprovados, mas podem ser reapresentados nas próximas chamadas, explica Andrade, que é presidente da Associação Baiana de Empresas de Base Florestal e do Sindifibras.

Em outubro será aberto novo edital, com o apelo voltado igualmente para projetos que mitiguem o caos que a pandemia está causando sobretudo sobre os mais pobres, diz Wilson Andrade.

Atualmente, o conselho consultivo liderado pelo brasileiro supervisiona projetos no mundo inteiro envolvendo mais de 520 mil agricultores.