Sem nova Previdência até fim do ano, dólar volta a R$ 3,50
Com o final do ano se aproximando, o mercado começa a calcular o possível efeito de um cenário sem a aprovação da reforma da Previdência em 2018. Em relatório publicado nesta semana, o banco sueco Nordea estima que o real possa se desvalorizar do patamar atual de R$ 3,14 por dólar para algo em torno de R$ 3,50 sem o andamento no Congresso.
Gostou desta notícia? Receba nosso conteúdo gratuito
“As finanças públicas brasileiras foram carregadas por um generoso sistema de pensões por muito tempo. Uma reforma impopular tem estado na mesa parlamentar há alguns meses e, apesar de ter sido diluída um pouco, ainda possui uma série de disposições importantes para tornar o sistema mais sustentável para as gerações futuras”, avalia a analista para mercados emergentes do banco Natalia Kornela Setlak.
O Nordea ainda acredita, contudo, que há grandes chances de aprovação até o final de dezembro. Natalia calcula dois cenários.
1 – Com a aprovação
Neste caso, a confiança do investidor cresce e resulta em uma elevada entrada de capital e maior crescimento. A Selic continua a ser cortada para até 7,25 pontos e o câmbio se estabiliza em R$ 3,15. Isso abriria espaço para um ciclo ainda maior de redução nos juros.
2 – Sem a reforma
O real passa a se desvalorizar até o nível entre R$ 3,40 e R$ 3,50, que é o mesmo patamar visto nos piores momentos da metade de 2016.
“A moeda sofreria devido à deterioração da confiança dos empresários e dos investidores e à falta de melhoria nas perspectivas de finanças públicas no país. O Banco Central precisaria fazer uma pausa à fraqueza do real e ao elevado risco de saídas de capital e incertezas. Se a reforma não for aprovada, a perspectiva do crédito soberano brasileiro poderá ser rebaixada uma vez”, avalia a analista.