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Sem Éxito, GPA (PCAR3) tropeça 32% na Bolsa; entenda o tombo e veja o que fazer com as ações

28 ago 2023, 20:35 - atualizado em 28 ago 2023, 20:35
Pão de Açúcar
Ações do GPA se ajustam à cisão de participação do Éxito (Imagem: Divulgação)

As ações do Grupo Pão de Açúcar (GPAPCAR3) estão há seis pregões seguidos em baixa, com destaque para a operação de quarta-feira (23), quando os papéis da companhia tombaram quase 20%.

Desde quarta, a varejista do setor alimentício acumula uma queda de 32,4% na Bolsa.

A derrocada das ações em tão pouco tempo surpreende, mas não é motivo para pânico, diz a Genial Investimentos. Afinal, trata-se de um movimento de ajustes relacionados à cisão de participação do grupo colombiano Éxito.

Entenda o movimento

Na quarta, o GPA iniciou a distribuição para seus acionistas das ações que possui no Éxito. A operação contemplava a entrega pela companhia aos acionistas de 1.080.556.276 ações do Éxito, na proporção de 4 ações do Éxito para cada ação do GPA e na forma de BDRs e ADRs, com condições específicas em cada caso.

As ações representam aproximadamente 83% da participação do GPA no capital social do Éxito.

A data de corte para a distribuição dos BDRs aos acionistas do GPA era 22 de agosto. Por conta disso, as ações do GPA começaram a ser negociadas “ex-direito ao recebimento de BDRs” na última quarta, com o crédito dos BDRs tendo ocorrido em 25 de agosto.

Dessa forma, os preços das ações do GPA para o leilão de abertura consideraram o valor patrimonial.

No pregão anterior à quarta, PCAR3 era negociada a R$ 19,65. Porém, o valor de mercado da companhia evaporou de R$ 5,30 bilhões para R$ 1,85 bilhão após o fechamento do dia 23 de agosto, destaca a Genial.

Reequilíbrio de preços

Com reajuste, as ações do GPA abriram o pregão de quarta cotados a R$ 8,14 e fecharam a R$ 6,56, o que representa uma queda de 19,4%. Enquanto isso, o ticker EXCO32, que abriu a R$ 11,51, registrou valorização de 24,6%, fechando a um preço de R$ 14,35.

A soma dos ativos dá R$ 20,91, o que implica uma alta de 6,4% em relação à soma da abertura, de R$ 19,65, destaca a Genial. Dessa forma, o investidor que tinha PCAR3 antes e segurou PCAR3 e EXCO32 na quarta não perdeu dinheiro, “dada a forte valorização do BDR”, acrescenta a corretora.

Oportunidade de risco-retorno

Segundo a Genial, está na hora de o mercado começar a corrigir as distorções. A corretora vê oportunidade de risco-retorno, considerando que o GPA está em “um momento crucial de alavancagem operacional e recomposição de margens”.

O time de análise avalia que as novas estratégias de aumento de exposição e vendas de perecíveis têm começado a entregar resultados positivos.

“Considerando o início da retomada de fluxo para supermercados premium (anteriormente concentrada no modelo de atacarejo), projetamos que, ao final de 2023, o GPA deve alcançar uma margem Ebitda de 7,0% (+40 pontos-base a/a), se aproximando de 8% ao final de 2024 (porém um pouco abaixo do guidance dado pela companhia)”, dizem os analistas.

Segundo a Genial, além da cisão do Éxito, existem pelo menos quatro gatilhos positivos que levariam o caixa da companhia a ganhar tração no curto e médio prazo:

  • alavancagem operacional e recomposição de margens;
  • venda da participação de 34% da CNova (braço de comércio eletrônico europeu do Casino);
  • venda da operação de postos de combustíveis; e
  • negócios imobiliários, como a alienação da sede (SP) e a venda do terreno próprio do Rio de Janeiro.

Com a ação descontada, a Genial reforça a recomendação de compra para o GPA.

O BTG Pactual, por outro lado, rebaixou a recomendação de PCAR3 para “neutro”, após eventos corporativos recentes (incluindo o spin off do Éxito e os resultados do segundo trimestre do ano).

O banco explica que o potencial de valorização no modelo consolidado anterior vinha do valuation de soma das partes dos diversos ativos no balanço patrimonial da empresa, principalmente o Éxito. Com a cisão, o BTG avalia que o GPA se torna uma escolha mais arriscada do que outros varejistas de alimentos.

O BTG também vê um ambiente mais desafiador para a empresa expandir a receita líquida e as margens no Brasil.

“Além disso, a alavancagem representa um risco adicional diante das perspectivas de altas taxas de juros”, completa.

Com os reajustes em decorrência do spin off, a instituição apresentou um novo preço-alvo de R$ 7 para as ações do GPA ao fim de 2024, o que implica um potencial de valorização de aproximadamente 27% sobre o preço atual.

O Goldman Sachs também é “neutro” com os papéis da companhia. O novo preço-alvo sugerido após a cisão é de R$ 7,40.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
diana.cheng@moneytimes.com.br
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