Copom

Sem dados de inflação, manutenção da Selic em 13,75% é irrelevante, avaliam economistas

26 out 2022, 19:14 - atualizado em 26 out 2022, 19:14
Fundo imobiliário
Banco Central reforçou que seguirá vigilante com as expectativas da inflação. (Imagem: Shutterstock)

O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu mais uma vez pela manutenção da Selic em 13,75% ao ano. No entanto, a decisão do Banco Central não pegou o mercado de surpresa e também não resolveu o questionamento de quando a taxa de juros começa a cair.

Em seu comunicado, a autoridade monetária reforçou que seguirá vigilante com as expectativas da inflação relacionando-a com a atividade ainda forte em 2023 em função de medidas fiscais e estímulos à demanda.

“Tornou a repetir que ‘não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado’, para, em nosso ver, afastar a possibilidade de cenários com cortes precoces”, afirma Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos.

De acordo com Flávio Conde, analista da Levante Investimentos, a expectativa ainda é em relação ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de outubro e novembro.

“Em outubro e, principalmente, novembro, é quando a gente não vai ter mais os efeitos da queda no preço dos combustíveis. Pelo contrário, a gasolina e o diesel devem ser aumentados depois da eleição”, destaca. “Então, novembro vai ser decisivo para a gente entender se o Copom segue com os 13,75%.”

As apostas sobre uma eventual alta na Selic são quase nulas. A discussão é sobre até quando o patamar dos juros vai se manter alto, sendo que os mais otimistas falam em cortes no final do primeiro trimestre do ano que vem. A maioria das projeções apontam que final do primeiro semestre e começo do segundo é uma previsão mais segura.

No curto prazo, a manutenção da Selic nos atuais 13,75% é irrelevante. “Como esse movimento já vinha sendo precificado pelo mercado, os impactos na bolsa serão poucos na abertura e ao longo do dia. Além disso, possivelmente a curva de juros nos vértices mais curtos não sofrerão quaisquer ajustes, visto que continuarão precificando a Selic em 13,75%”, afirma Antonio van Moorsel, diretor do Advisory da Acqua Vero Investimentos.

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