Sem crise de energia e sem plantar no frio, Rússia especula limitando vendas de fertilizantes
A decisão da Rússia de limitar as vendas externas de fertilizantes e insumos por seis meses é apenas carona oportunista na mesma atitude tomada pela China.
Os chineses estão passando por uma severa crise de energia, sob restrições da produção de carvão, e promove cortes das fábricas.
E os preços internacionais, com isso, se elevaram, encarecendo o custo de produtores mundo afora ante entregas menores. Mas não é de agora e o Brasil, por exemplo, já sentiu nas compras de insumos para esta safra de grãos.
Os russos, por outro lado, não têm problemas de déficit de energia, baseada em gás natural e, portanto, petróleo.
Entre os maiores fornecedores mundiais de nutrição vegetal, vão aproveitar para salgar mais os preços de nitrogenados, entre outros.
O país está entre os maiores produtores mundiais de petróleo, e, por outro lado, a demanda externa internacional não restringe a oferta interna, ainda se este fosse o caso.
Mais ainda é especulativa a decisão, anunciada hoje (3) pelo Kremlin de impor cotas de 5,9 milhões de toneladas, porque a Rússia está no gelado outono local e próxima do longo congelamento invernal dos campos.
Nada se planta até março.
Daí que também não haveria preocupações adicionais com a inflação dos fertilizantes aos seus produtores.