Sem cripto e com “pé atrás” em estatais: Veja onde o Bahia Asset, com R$ 8 bi sob gestão, investe
O Ibovespa (IBOV) está barato e guarda oportunidades, avalia Gustavo Daibert, gestor responsável por estratégias de renda variável no Bahia Asset. Em abril, o índice tombou 8% e chegou a zerar os ganhos do ano. Porém, ensaiou uma recuperação na semana passada.
Com R$ 8,4 bilhões sob gestão, o Bahia Asset vê “diversas oportunidades de empresas de qualidade a preços muito atrativos”. “O próprio Ibovespa, na nossa opinião, encontra-se em um patamar de preço historicamente baixo”, coloca Daibert em entrevista ao Money Times.
A visão faz parte de uma espécie de consenso entre analistas. Na semana passada, também em entrevista ao Money Times, o Itaú afirmou que a Bolsa negocia a múltiplos baratos. Apesar disso, ressaltou a necessidade de ser seletivo.
Em abril, um dos fundos do Bahia Asset, o Bahia AM Valuation FIC de FIA, bateu o Ibovespa, apesar de ter caído 9,16% contra 10,10% do índice. Desde que foi criado, em 2010, o fundo acumula valorização de 161%, 102% a mais do que o Ibovespa no mesmo período.
Veja a entrevista abaixo, em que Daibert também falou sobre varejistas, estatais e investidores estrangeiros.
Money Times: O Ibovespa está caro ou barato?
Gustavo Daibert: Consideramos que a Bolsa brasileira oferece, no momento, diversas oportunidades de empresas de qualidade a preços muito atrativos.
O próprio Ibovespa, na nossa opinião, encontra-se em um patamar de preço historicamente baixo. O Equity Risk Premium – que é uma métrica que mostra o excesso de retorno que um investidor exige para investir em bolsa em relação à renda fixa de um determinado país – está em patamares muito altos, o que mostra que a bolsa brasileira está barata em relação ao seu padrão histórico.
MT: A entrada de estrangeiros no Brasil é sustentável?
Daibert: Tivemos, nos últimos 6 meses, uma entrada significativa de recursos de investidores estrangeiros na bolsa brasileira.
Nossa visão para o futuro é a de que fluxos sustentáveis serão fortemente dependentes de uma maior estabilidade e possível arrefecimento na dinâmica inflacionária ao longo de 2022.
Isso permitiria ao investidor estrangeiro entender que o Brasil se encontra em um momento diferente do ciclo de aperto monetário em relação à maioria dos países do mundo.
MT: Quais as ações vocês acham que estão atrativas neste momento?
Gustavo Daibert: Nosso portfólio atual contempla posições nos setores de commodities (mineração, siderurgia e petróleo), bancos, setor elétrico e alguns cases de consumo doméstico como locadoras de veículos.
MT: Gosta do setor de varejo, como Magalu (MLGU3) e Via (VIIA3)?
Daibert: Nossas preferências no setor de varejo estão em vestuário (empresas baratas historicamente com melhora sequencial nos resultados de curto prazo) e locadoras de veículos (onde vemos um grande potencial de geração de valor para acionistas vindo da consolidação do setor).
MT: Gosta de estatais?
Daibert: Temos olhado muito de perto as estatais e achamos que serão, de fato, as empresas mais afetadas pelo resultado das eleições brasileiras. A divergência nos discursos dos dois principais candidatos ao Planalto deve trazer alta volatilidade a esses papéis.
Enquanto Bolsonaro tende a incorporar o discurso de privatizações em seu plano de governo, Lula vai na ponta oposta com discurso de fortalecimento da estrutura estatal das empresas. O discurso do candidato do PT vai na linha, inclusive, de desfazer possíveis privatizações executadas durante o governo Bolsonaro.
MT: Como avalia as criptomoedas?
Daibert: Não olhamos criptomoedas.
Receba as newsletters do Money Times!
Cadastre-se nas nossas newsletters e esteja sempre bem informado com as notícias que enriquecem seu dia! O Money Times traz 8 curadorias que abrangem os principais temas do mercado. Faça agora seu cadastro e receba as informações diretamente no seu e-mail. É de graça!
Disclaimer
O Money Times publica matérias informativas, de caráter jornalístico. Essa publicação não constitui uma recomendação de investimento.